Segunda-feira, 10 de novembro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 10 de novembro de 2025
A Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) começa a julgar nesta terça-feira (11), dez réus da trama golpista que integram o núcleo 3, dos kids pretos do Exército. Estão marcadas seis sessões para o julgamento, nos dias 11, 12, 18 e 19 de novembro, das 9h às 12h. Nos dias 11 e 18 haverá também sessões das 14h às 19h.
De acordo com a denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República), eles participaram de ações de monitoramento e planejamento de ataques contra autoridades previstos no plano “Punhal Verde e Amarelo”.
O grupo é composto por nove militares e um agente da Polícia Federal, escalado para trabalhar na posse de Lula em 1.º de janeiro de 2023 e acusado de fornecer informações sobre o evento ao grupo golpista. Em parecer, a PGR pediu a condenação de nove dos dez réus.
O grupo responde por cinco crimes: organização criminosa armada; tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito; golpe de Estado; deterioração de patrimônio tombado e dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União e com considerável prejuízo para a vítima.
Integram o núcleo 3 os seguintes réus:
. Bernardo Romão Correa Netto, coronel do Exército;
. Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira, general da reserva;
. Fabrício Moreira de Bastos, coronel do Exército;
. Hélio Ferreira Lima, tenente-coronel do Exército;
. Márcio Nunes de Resende Júnior, coronel do Exército;
. Rafael Martins de Oliveira, tenente-coronel do Exército;
. Rodrigo Bezerra de Azevedo, tenente-coronel do Exército;
. Ronald Ferreira de Araújo Júnior, tenente-coronel do Exército;
. Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros, tenente-coronel do Exército;
. Wladimir Matos Soares, agente da Polícia Federal
No caso de Ronald Ferreira Júnior, a PGR pediu a desclassificação dos cinco crimes dos quais o tenente-coronel era acusado. No lugar das imputações, a PGR qualificou a conduta de Júnior em incitação ao crime. Nesse caso, ele poderá negociar a assinatura de um acordo de não persecução penal.
Segundo a acusação, cinco acusados pressionaram e incitaram seus pares nas Forças Armadas para aderir ao golpe valendo-se ‘de conhecimentos militares especiais e/ou de seus postos elevados na hierarquia militar’: Bernardo Romão, Fabrício Bastos, Márcio Júnior, Estevam Theophilo e Sérgio Cavaliere.
Em delação, Mauro Cid relatou que, no meio militar, Estevam Theophilo era reconhecido como o general que “tomaria a iniciativa” do golpe se o então presidente Jair Bolsonaro (PL) assinasse um decreto de exceção.
Além da incitação de militares, segundo a PGR, o núcleo 3 teria operacionalizado o planejamento conhecido como ‘Punhal Verde e Amarelo’, que previa o assassinato de autoridades como Alexandre de Moraes e os integrantes da chapa eleita nas eleições de 2022: Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Geraldo Alckmin (PSB).
O grupo responsável por essa empreitada, destinada a causar um caos social que propiciasse o decreto de uma medida de exceção, era composto por Rodrigo Azevedo, Rafael Oliveira, Hélio Ferreira Lima e Wladimir Matos Soares, segundo a acusação.
De acordo com as investigações, o plano ‘Punhal Verde e Amarelo’ foi elaborado pelo general Mário Fernandes e efetivado por uma operação denominada ‘Copa 2022’. Os acusados de participar dele utilizaram codinomes de países, cadastrados em linhas telefônicas em nomes de terceiros. A operação chegou a entrar em curso, mas foi abortada. (Com informações de O Estado de S.Paulo)