Sexta-feira, 28 de novembro de 2025

Supremo julgará homem que fez live na cadeira do ministro Alexandre de Moraes nas manifestações do 8 de Janeiro

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) começará a julgar na próxima semana o réu Aildo Francisco Lima, acusado de participar dos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. O processo será analisado em sessão virtual marcada para ocorrer entre os dias 5 e 15 de dezembro. Lima ficou um ano e meio preso preventivamente e cumpre prisão domiciliar desde abril deste ano. Segundo a defesa, não houve irregularidades na conduta do investigado.

Aildo Francisco Lima ficou nacionalmente conhecido após aparecer em uma transmissão ao vivo sentado na cadeira do ministro Alexandre de Moraes, no interior do STF, durante a invasão das sedes dos Três Poderes. O episódio foi citado diversas vezes no inquérito que apura a participação de manifestantes na depredação dos prédios públicos.

O réu responde por quatro crimes: abolição violenta do Estado democrático de Direito; tentativa de golpe de Estado; dano qualificado pela violência e grave ameaça, com uso de substância inflamável, contra patrimônio da União e com prejuízo expressivo; além de deterioração do patrimônio tombado. Esses crimes têm penas elevadas e, em tese, podem levar a condenações superiores a dez anos de prisão.

Nas alegações finais, a Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu a condenação do acusado. O procurador-geral da República, Paulo Gonet, citou vídeos anexados ao processo. “Nas imagens, Aildo Francisco Lima aparece sentado em uma das cadeiras retiradas da Suprema Corte, afirmando: ‘Aê, pessoal… essa daqui é a cadeira do Xandão. Tô sentado na cadeira do Xandão. P…, agora eu sou um ministro da Corte. Vamos lá, c…’”, escreveu Gonet, reiterando o entendimento da Polícia Federal de que Lima aderiu à invasão e contribuiu para os danos ao patrimônio público.

A defesa apresentou versão oposta. Os advogados sustentam que Lima foi à Praça dos Três Poderes para “participar de uma manifestação pacífica e ordeira” e que teria sido levado ao interior do STF pela multidão em tumulto, sem intenção prévia de cometer crimes. “Aildo se deslocou até o local para uma manifestação pacífica, tendo supostamente praticado os atos descritos exclusivamente sob a influência da multidão”, afirmaram.

Os defensores também destacam que o réu não possui antecedentes criminais e é considerado, no convívio social, uma pessoa trabalhadora e respeitada. Segundo a defesa, ele é “muito benquisto entre todos que o conhecem, conceituado, estimado e honesto, sem nunca ter sido relacionado a qualquer prática criminosa”.

O julgamento da Primeira Turma será feito em plenário virtual, sistema no qual os ministros registram seus votos eletronicamente ao longo do período estabelecido, sem debate presencial. A decisão definirá o futuro de Aildo Francisco Lima e poderá servir de referência para outros casos semelhantes ainda em análise pelo Supremo.

 

(Com informações do O Estado de S.Paulo)

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