Quarta-feira, 12 de novembro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 9 de novembro de 2022
Dois anos e meio depois de a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentar uma denúncia contra o deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, o Supremo Tribunal Federal (STF) vai analisar neste mês se aceita ou não a acusação contra o tucano e outros acusados. Os ministros vão julgar a denúncia em plenário virtual, entre os dias 18 e 25 de novembro.
Segundo a acusação da PGR, feita a partir de investigações da Operação Lava-Jato, o tucano mineiro supostamente recebeu 65 milhões de reais em propina das empreiteiras Odebrecht e Andrade Gutierrez, dinheiro correspondente a contratos de obras de infraestrutura como o projeto do Rio Madeira e as usinas hidrelétricas de Santos Antônio e Jirau.
Também estão entre os acusados Dimas Toledo, ex-diretor de Furnas aliado de Aécio, os empresários Alexandre Accioly, amigo do deputado, e Marcelo Odebrecht e o ex-executivo da empreiteira Ênio Silva.
Em agosto deste ano, no entanto, o procurador-geral da República, Augusto Aras, recuou a respeito das acusações e pediu que a denúncia seja rejeitada pelo Supremo. Aras afirmou que, com a aprovação do pacote anticrime, em 2019, passou a ser proibido o recebimento de denúncia com base apenas nas declarações e elementos de prova apresentados por delatores premiados.
No julgamento virtual, conforme agendado pelo STF, o ministro relator (no caso, Edson Fachin) é o primeiro a apresentar seu voto e em seguida os demais dez ministros se posicionam em relação ao caso, seguindo ou divergindo dele. Caso a denúncia seja aceita, os acusados passam à condição de réus e serão julgados.
Natural de Belo Horizonte (MG), Aécio é graduado em economia pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. É neto do ex-presidente Tancredo Neves, com quem adquiriu suas primeiras experiências políticas. Em 1987, iniciou o seu primeiro mandato como deputado federal pelo Estado de Minas Gerais, exercendo o cargo até 2002, totalizando quatro mandatos. Presidiu a Câmara dos Deputados no biênio de 2001–2002, renunciando ao cargo em dezembro de 2002, para assumir o governo mineiro
Aécio foi eleito governador de Minas em 2002, sendo reeleito em 2006. Renunciou ao cargo em março de 2010 para concorrer ao Senado, elegendo-se ao cargo com a maior votação do Estado. Escolhido em 2013 para presidir o PSDB, foi o candidato do partido à Presidência da República em 2014, tendo como principais adversários a candidata a reeleição, Dilma Rousseff, e a ex-senadora Marina Silva. No primeiro turno, Aécio obteve 33,5% dos votos válidos, classificando-se para o segundo turno com Dilma. Na eleição presidencial mais disputada da história do País até então, Dilma foi reeleita com 51,64% dos votos e Aécio retornou ao Senado.
Em maio de 2017, acusado de corrupção pela PGR, Aécio foi afastado do Senado por decisão monocrática do ministro Edson Fachin, do Supremo. Retornou ao cargo no final de junho, sendo novamente afastado por decisão da Primeira Turma do STF em 26 de setembro.
No mês seguinte, o Senado autorizou sua volta ao exercício do mandato. Em 2018, elegeu-se para seu quinto mandato como deputado federal. Nas eleições de 2022 obteve seu sexto mandato como deputado federal, com 85.341 votos.