Sexta-feira, 07 de novembro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 8 de novembro de 2022
O Supremo Tribunal Federal (STF) está rastreando vários empresários suspeitos de financiar bloqueios em rodovias e manifestações em frente a quartéis do Exército. Além disso, as investigações avançam a fim de responsabilizar autoridades públicas.
Segundo informações, já foram identificados empresários que estariam financiando os atos. Agora, o trabalho das investigações é fazer o rastreamento de como eles atuaram e seguem atuando no apoio aos bloqueios de estradas e protestos nos quartéis.
Nesta terça-feira (8), o ministro do STF Alexandre de Moraes se reuniu com os procuradores de Justiça de São Paulo, Santa Catarina e Espírito Santo. Depois da reunião, os procuradores admitiram que há indícios da atuação de empresários por trás dos bloqueios de estradas no país.
Segundo eles, não são manifestações espontâneas, mas organizadas e financiadas. Os procuradores avaliam ainda que há necessidade de punição, para que os atos não se repitam no país e virem algo rotineiro no Brasil, já que são protestos golpistas e antidemocráticos.
Para o procurador-geral de Justiça de São Paulo, Mário Luiz Sarrubbo, “há uma grande organização criminosa” por trás dos bloqueios ilegais em rodovias do país. A declaração foi feita após a reunião com o ministro Alexandre de Moraes.
Ele ainda relatou que, segundo as investigações, empresários financiam os atos ilegais e antidemocráticos.
“São empresários que são financiadores. Nós já temos alguns nomes, que não podem ser revelados, porque ainda estão sendo investigados”, completou o procurador.
Segundo ele, a reunião com Moraes serviu para “fechar o cerco” sobre os investigados.
“Há uma grande organização criminosa com funções pré-definidas, financiadores, arrecadadores, como é de conhecimento público, tem vários números de pix. Agora temos que estabelecer quem exerce qual função “, disse Sarrubbo.
A preocupação de Moraes com financiadores de atos antidemocráticos já ficou demonstrada em outros inquéritos, como o que investiga a existência de milícias digitais no Supremo Tribunal Federal (STF).
O ministro tem tomado decisões relacionadas aos bloqueios desde o início dos movimentos, que ele já declarou serem antidemocráticos.
O inquérito investiga não só a atuação de empresários, mas também do diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal, Silvinei Vasques, que não teria atuado de forma correta e transformado a PRF em um órgão de governo e não de Estado.
Essa linha da investigação também está avançada e pode atingir o ministro da Justiça, Anderson Torres.
Após o TSE confirmar a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na eleição do domingo (30), apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) – derrotado na disputa – obstruíram estradas em protestos antidemocráticos contra o resultado das urnas.
Segundo o ministro, “aqueles que criminosamente não estão aceitando, que estão praticando atos antidemocráticos, serão tratados como criminosos e as responsabilidades serão apuradas”.