Terça-feira, 08 de julho de 2025

Tanto o presidenciável da esquerda como o da direita concordam em legalizar a maconha para uso recreativo na Colômbia

O primeiro turno das eleições presidenciais na Colômbia no último domingo (29) determinou que o ex-guerrilheiro e esquerdista Gustavo Petro, com 40% dos votos, e o populista de direita Rodolfo Hernández, que teve um crescimento avassalador e chegou a 28% dos votos, irão se enfrentar no segundo turno daqui a três semanas.

Apesar de, em um primeiro momento, os dois aparentarem ter posições opostas em alguns temas delicados, pelo menos as declarações de ambos sobre legalização da maconha para uso recreativo, aborto e acordos de paz são semelhantes em certos pontos.

Legalização da maconha

O uso de cannabis para fins medicinais é legalizado no país, enquanto o recreativo é ilegal, apesar de descriminalizado se a quantidade for de até 22 gramas para uso pessoal. Sobre esse tema, os dois candidatos concordam em descriminalizar a venda de maconha para fins recreativos.

Em entrevista à revista colombiana Semana em março, Petro classificou como “estupidez”, manter “a maconha na clandestinidade”.

Já Hernández, em uma publicação no Twiiter, afirmou: “Fumar maconha já é gratuito em muitos países, mas aqui, onde se produz a melhor, ainda estamos nas mãos da repressão.”

Aborto

Na Colômbia, o aborto é descriminalizado até a 24ª semana de gestação. Petro dissera anteriormente que concorda com a medida, porém, mais recentemente, vem tentando não se comprometer com o tema, posicionando-se não como “pró-aborto”, mas defendendo uma ideia de “aborto zero”, na qual ele acredita que educação e oportunidades sejam suficientes para evitar uma gravidez não desejada.

A posição de Hernández, por outro lado, não é clara. Ele já mudou seu posicionamento a favor e contra, inclusive pontuando que a decisão sobre a despenalização até a 24ª semana de gestação seria exagerada.

No entanto, já se manifestou no Twitter dizendo que “apoia o direito ao aborto nas condições estipuladas”, após um quadro feito pelo site Infobae mostrar o populista de direita como um dos candidatos à Presidência que não estavam de acordo com a decisão.

Acordos de paz

Os dois já afirmaram que seguiriam com a implementação do acordo de paz com as Farc, iniciado em 2016, e que iniciariam algum processo com o Exército de Libertação Nacional (ELN), a última guerrilha conhecida na Colômbia.

Hernández, que votou “não” no plebiscito pela paz com as Farc em 2016, assegura em seu programa de governo que abriria um “processo de aproximação com o ELN sem estabelecer mesas de negociação”.

Já Petro, em entrevista ao jornal Público, disse que propõe “um desarmamento para o que resta da antiga insurgência, um diálogo político rápido, e aí incluo o ELN e também os dissidentes das FARC, os quais se formaram porque Duque sabotou o acordo de paz, e esse acordo deve ser cumprido”.

 

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