Sábado, 02 de agosto de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 1 de agosto de 2025
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), passará por um procedimento médico na tarde deste domingo (3) e não poderá participar do ato bolsonarista marcado para o mesmo dia na Avenida Paulista, em São Paulo (SP).
Tarcísio passará por uma radioablação por ultrassonografia de tireoide, um procedimento pouco invasivo para tratar nódulos na região, com uso de agulha e ultrassom, no Hospital Albert Einstein, em São Paulo. A previsão é de alta no mesmo dia.
O procedimento, no entanto, impedirá o governador de participar do ato em apoio a Jair Bolsonaro (PL), que deve ser condenado nos próximos meses por tentativa de golpe de Estado. O ex-presidente também não irá à manifestação devido às medidas cautelares impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Ele faz uso de tornozeleira eletrônica e não pode sair de casa aos fins de semana.
O governador esteve presente no ato do dia 6 de abril também na Avenida Paulista. Na ocasião, o chefe do executivo paulista defendeu que “pedir anistia não é uma heresia, é algo justo”, após citar leis de concessão de anistia desde a época colonial e dizer que o perdão aos condenados pelos atos golpistas seria uma forma de “pacificar o Brasil”.
“Nós precisamos olhar para frente. Nós precisamos discutir o que interessa. Nós estamos perdendo o bonde da história, estamos ficando para trás. Não podemos ser eternamente o país, o futuro”, disse.
Atrito entre bolsonaristas
Após o anúncio das tarifas de 50% sobre produtos brasileiros nos Estados Unidos, porém, Tarcísio de Freitas foi criticado por aliados de Bolsonaro, incluindo o filho do ex-presidente, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
Depois de criticar o governo Lula e responsabilizá-lo pelas tarifas impostas por Trump ainda em abril, Tarcísio recuou posteriormente, defendeu a união entre os governos e elogiou a diplomacia do Planalto.
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) criticou o governador por não defender Bolsonaro e seus apoiadores ao tratar dos impactos das tarifas.
Em suas redes sociais, o filho zero-três afirmou que a postura do governador esvazia o plano de usar a tarifa de 50% como moeda de troca para uma anistia ampla aos acusados do 8 de janeiro, incluindo o seu pai.
“Prezado governador Tarcísio de Freitas, se você estivesse olhando para qualquer parte da nossa indústria ou comércio estaria defendendo o fim do regime de exceção que irá destruir a economia brasileira e nossas liberdades. Mas como, para você, a subserviência servil as elites é sinônimo de defender os interesses nacionais, não espero que entenda”, escreveu Eduardo.
O pastor Silas Malafaia foi outro que cobrou um posicionamento mais firme do chefe do Executivo paulistano. Mais cedo, ao Estado de S. Paulo, o pastor havia dito que Tarcísio “deveria aparecer” na manifestação de domingo e que sua ausência pegaria mal. Outros governadores não confirmaram se irão ao ato.
A ausência ocorre em meio à expectativa de parte da base bolsonarista pela presença do governador, que até agora não se pronunciou sobre a decisão do governo dos Estados Unidos de aplicar a Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O instrumento já foi usado para punir ditadores e terroristas.
Estratégia
Auxiliares de Tarcísio defendem que a postura de não criticar Moraes é estratégica, já que o governador é um dos poucos bolsonaristas com acesso ao ministro. Se assumisse uma linha de ataque, perderia essa posição.
As manifestações previstas para este domingo vão ocorrer de forma simultânea em várias capitais e cidades de todo o País. Bolsonaro ficará de fora, pois está proibido de sair de casa aos finais de semana por ordem de Moraes o magistrado, inclusive, deve ser o principal alvo das passeatas. Com informações de O Estados de S. Paulo e outras agências.