Domingo, 24 de agosto de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 23 de agosto de 2025
A última semana do pastor Silas Malafaia foi uma das mais movimentadas de sua vida até mesmo para um líder religioso acostumado a uma agenda turbulenta.
Ao voltar de uma viagem a Portugal, na quarta-feira (20), ele foi alvo de uma operação da Polícia Federal autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Teve de entregar seu telefone celular e seu passaporte aos policiais.
Malafaia foi citado pela PF em um relatório como uma das pessoas que teria contribuído para a coação de autoridades ligadas ao julgamento do ex-presidente no caso da suposta trama golpista juntamente com o ex-presidente Jair Bolsonaro e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que atualmente mora nos Estados Unidos.
Pai e filho foram indiciados pela PF. Malafaia, não.
Mas áudios trocados entre Malafaia e Bolsonaro e divulgados pela Justiça nessa semana mostraram que o pastor orientou o ex-presidente sobre como se manifestar em relação ao tarifaço imposto por Donald Trump a produtos brasileiros, incentivou-o a gravar vídeos sobre o assunto e pareceu comemorar a imposição de sanções ao Brasil.
“A faca e o queijo tá contigo. Deus tá contigo, cumpade. Eles tão ferrado! Vão ter que sentar no colinho [sic]”, disse Malafaia.
Em entrevista a BBC Brasil, Malafaia voltou a atacar o STF e o ministro Alexandre de Moraes. Segundo ele, a divulgação dos áudios das conversas entre ele e Jair Bolsonaro foi uma ação ilegal.
Mas em meio às críticas a adversários políticos, Malafaia também criticou potenciais aliados. O principal deles foi o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, apontado como possível sucessor de Jair Bolsonaro na direita.
Segundo o pastor, Tarcísio estaria sendo omisso na defesa do ex-presidente.
“Porque em todas as manifestações em que ele participou (ele fica dizendo): ‘Volta Bolsonaro. Bolsonaro foi o maior presidente’. Mas eu nunca vi o Tarcísio fazer uma crítica a Alexandre de Moraes e nem ao Supremo Tribunal Federal. Dizer ‘volta Bolsonaro’ e que ele é o maior presidente do Brasil, pra ganhar o Bolsonaro?”, diz o pastor.
Malafaia tenta contemporizar suas críticas ao governador, mas diz estar decepcionado com Tarcísio.
“Não vou aqui queimar e arrebentar o Tarcísio e dizer que ele não vale mais nada. Por enquanto, tem me decepcionado. Mas vamos ver a história pra ver até onde isso vai”, diz.
Na entrevista à BBC, Malafaia também defendeu o direito de líderes da direita de pedirem uma intervenção norte-americana em favor da anistia a Jair Bolsonaro e outras pessoas supostamente ligadas aos atos de 8 de janeiro.
“Você não tem para onde recorrer. É direito e está na Carta Constitucional. Você pode recorrer a instâncias internacionais”, disse. Com informações do Correio Braziliense e BBC Brasil