Quarta-feira, 29 de outubro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 29 de outubro de 2025
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), passou o segundo dia seguido na capital federal, com agendas jurídicas, políticas e policiais. Na manhã de quarta-feira (29), ele se reuniu virtualmente, a partir do escritório do governo paulista em Brasília, com o colega fluminense, Cláudio Castro, entre outros governadores. Na ocasião, ele ofereceu “solidariedade” ao Estado, após a morte de mais de 100 pessoas decorrentes de ações da Polícia Militar do Rio.
Devido à reunião, que se estendeu mais do que ele imaginava, o governador cancelou sua participação em evento de filiação do deputado Pedro Lupion, do Republicanos.
Na véspera, Tarcísio esteve às 19h com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, em audiência para tratar de processos do Estado que tramitam na corte. A visita, porém, também teve caráter político, tanto pelas falas do governador em 7 de setembro, na Avenida Paulista (em que falou que ninguém aguentava mais a tirania de Moraes), quanto pela falta à posse de Fachin, há um mês.
A relação saudável com o Judiciário é um cálculo político importante para Tarcísio, que não perdeu as esperanças de concorrer à Presidência da República em 2026.
Para auxiliares próximos do governador, no entanto, a primeira questão estaria superada e até havia a possibilidade de um encontro entre Alexandre de Moraes e Tarcísio, caso a reunião com Fachin ocorresse no Salão Branco do Supremo, local em que ministros costumam despachar com advogados e autoridades. Como a audiência foi no gabinete do presidente da corte, ambos não se encontraram.
Sobre a ausência na solenidade de posse do chefe do Supremo, ainda segundo auxiliares do governador afirmam que ele “não quis misturar as agendas”, pois havia visitado o ex-presidente Jair Bolsonaro em sua residência, após autorização judicial. De qualquer forma, não houve nenhum “pedido de desculpas” pela ausência anterior e o assunto não foi sequer mencionado, diz uma fonte que esteve no STF.
Mais cedo, com o ministro Nunes Marques, Tarcísio tratou de quatro processos que tramitam na corte e que foram movidos por Acre, Amapá, Rondônia e Roraima. As ações foram protocoladas após São Paulo extinguir benefícios fiscais aos quatro Estados, o que é objeto de queixa das entidades da federação. Os estados alegam que a medida viola o pacto federativo e cria uma “guerra fiscal”.
Há três semanas, o ministro pediu vistas na ação de inconstitucionalidade (os processos foram unificados) e o julgamento virtual foi suspenso por dois meses. Segundo interlocutores de Tarcísio, ele ponderou a Marques que a medida impacta “bilhões de reais” aos cofres paulistas. O ministro “foi sensível aos argumentos da Procuradoria Geral do Estado, mas não adiantou sua decisão”, diz um auxiliar próximo do governador.
Antes das audiências no Supremo, Tarcísio esteve no Superior Tribunal de Justiça (STJ) para despachar com o ministro Marco Aurélio Bellizze Oliveira, também sobre matérias tributárias.
O dia de Tarcísio terminou com uma visita à casa de sua mãe, que reside em Brasília. Após o compromisso, ele se dirigiu ao seu apartamento, que possui desde os tempos em que trabalhava na capital federal, antes de se mudar para São Paulo, em 2022.