Quinta-feira, 06 de novembro de 2025

Temperaturas podem chegar a 48ºC na Europa, à medida que ondas de calor extremo se espalham pelo mundo

O verão mal começou no Hemisfério Norte e uma onda de calor escaldante já está varrendo a Europa, com temperaturas acima de 40ºC sendo aguardadas para o fim de semana em partes da Alemanha, Espanha, França, Grécia, Croácia, Itália e Polônia. Há sérias preocupações sobre os impactos na saúde das pessoas.

“As temperaturas estão escaldantes em toda a Europa esta semana em meio a um período intenso e prolongado de calor, que está apenas começando”, disse a Agência Espacial Europeia (ESA) em um comunicado, acrescentando que os termômetros podem chegar aos 48ºC nas ilhas da Sicília e da Sardenha, “potencialmente as temperaturas mais altas já registradas na Europa”.

O Ministério da Saúde italiano emitiu nessa sexta-feira (14) um alerta de risco de saúde “extremo” para 15 cidades — incluindo Roma e Florença — já que as altas temperaturas devem continuar no sábado e no domingo. As previsões levaram a Sociedade Meteorológica Italiana a batizar a atual onda de calor de “Cérbero” — em referência ao cão de três cabeças que guardava a entrada do mundo dos mortos na mitologia grega — e a da próxima semana, com temperaturas ainda acima dos 40ºC, de “Caronte”, fazendo referência ao barqueiro que carrega a alma dos recém-mortos para o submundo na mitologia grega.

Ao menos uma morte já foi registrada na Itália neste verão, em Lodi, no norte do país, onde um trabalhador de construção de estradas de 44 anos desmaiou na terça-feira, foi levado para o hospital, mas não resistiu. Na capital, Roma, vários turistas também desmaiaram esta semana devido à insolação, entre eles um britânico em frente ao antigo Coliseu.

A sensação térmica também deve ser escaldante na Grécia, onde as temperaturas podem chegar aos 44ºC entre hoje e sábado, segundo as autoridades, que determinaram o fechamento da Acrópole em Atenas das 12h às 17h, horário local, devido ao calor. Uma turista foi atendida na região pela polícia e pelos serviços de emergência nesta sexta-feira.

Dos EUA à Ásia

A Europa não é o único lugar que está enfrentando temperaturas extremas neste verão no Hemisfério Norte. Nos Estados Unidos, mais de 100 milhões de pessoas estão sob alerta de calor. Texas, Arizona, Nevada e Califórnia esperam condições potencialmente perigosas nos próximos dias, com registros recordes de temperatura, advertiu o Serviço Meteorológico Nacional americano (NWS).

O norte da África também sufoca. Marrocos sofre com episódios de calor extremo desde o início do verão e um alerta vermelho de calor foi emitido para várias províncias do sul do país. Do mesmo modo, algumas regiões da China, entre elas Pequim, enfrentam uma forte onda de calor. A maior empresa de energia elétrica do país indicou na segunda-feira que registrou um recorde de geração diária de eletricidade devido à maior demanda relacionada às altas temperaturas.

A nível mundial, o último mês de junho foi o mais quente já registrado, de acordo com a agência europeia Copernicus e a americana Nasa. Em seguida, a primeira semana de julho se converteu na mais quente já registrada, segundo dados preliminares da Organização Meteorológica Mundial (OMM).

O calor é um dos eventos meteorológicos mais mortais, recordou a OMM. No verão passado, apenas na Europa, as fortes temperaturas causaram mais de 60 mil mortes, segundo um estudo recente. Além disso, o clima extremo resultante do aquecimento global, “infelizmente está se tornando o novo normal”, alertou a OMM, em comunicado, na quinta-feira.

Períodos de calor intenso ocorrem dentro dos padrões climáticos naturais, mas globalmente eles estão se tornando mais frequentes, mais intensos e duradouros devido ao aquecimento global. O fenômeno meteorológico cíclico do El Niño, que geralmente implica no aumento das temperaturas mundiais, também contribui para piorar a situação.

Incêndios e inundações

Na América do Norte, o verão já é responsável por uma série de catástrofes. A fumaça dos incêndios florestais no Canadá, onde mais de 500 focos ainda estão fora de controle, provocaram vários episódios de forte contaminação atmosférica sobretudo no nordeste dos Estados Unidos em junho.

Além disso, inundações catastróficas afetaram, nesta semana, o estado de Vermont, no nordeste do país. Cientistas recordam que o aquecimento global também pode causar chuvas mais frequentes e mais fortes, aumentando o vapor da água na atmosfera.

Há várias semanas, o sul dos EUA enfrenta uma onda de calor que não dá respiro aos seus habitantes.

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