Segunda-feira, 09 de junho de 2025

Tenente-coronel Mauro Cid confirma ter repassado a kid preto dinheiro entregue pelo general Braga Netto

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, confirmou nesta segunda-feira (9) que repassou ao major Rafael de Oliveira uma caixa de vinho com dinheiro vivo. A entrega foi feita a pedido de Walter Souza Braga Netto, candidato a vice na chapa de Bolsonaro em 2022, que deu o dinheiro a Cid.

Cid fez a confirmação durante interrogatório no processo penal contra o chamado “núcleo crucial” da trama golpista. Delator, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro foi o primeiro a depor. Ele, o ex-presidente e outros seis réus faziam parte do núcleo crucial, segundo a Procuradoria-Geral da República.

O major Rafael de Oliveira integra o grupo conhecido como “kids pretos”, que são militares das Forças Especiais do Exército. Rafael de Oliveira e outros “kids pretos” são suspeitos de integrar um grupo armado que planejava a morte do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice Geraldo Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes. O plano foi batizado de “Punhal Verde e Amarelo”.

Relator do processo penal, Alexandre de Moraes questionou Cid sobre o repasse desse recurso. O tenente-coronel reafirmou o que já havia dito durante depoimento de delação premiada. Ele contou que recebeu o dinheiro de Braga Netto e repassou ao major de Oliveira. Os recursos, segundo Cid, estavam armazenados em uma caixa de vinho.

O delator da trama golpista disse não saber a quantia que constava da embalagem, que foi entregue no Palácio da Alvorada ao kid preto.

“”Depois, o espaço temporal eu não me recordo, o general Braga Netto trouxe uma quantia em dinheiro, que eu não sei precisar quanto foi. Mas com certeza não foi R$ 100 mil, até pelo volume, não era tanto, que foi passado para o major de Oliveira, no próprio Alvorada”, disse.

“Fui eu que passei esse dinheiro. Eu recebi do general Braga Netto no Palácio da Alvorada. Estava em uma caixa de vinho, uma botelha, ai depois, se bobear no mesmo dia, eu passei para o Major de Oliveira”, completou Cid.

Segundo o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, antes de receber o dinheiro de Braga Netto, ele foi até o general e perguntou se o PL, partido de Braga Netto e de Jair Bolsonaro, poderia ajudar com recursos para acampamentos de apoiadores do ex-presidente.

Braga Netto indicou o contato de um tesoureiro da agremiação política, que disse a Cid que o partido não poderia ajudar manifestantes.

Na sequência, Cid contou que Braga Netto apareceu com os recursos, que foram repassados ao major de Oliveira. Questionado sobre a origem do dinheiro, o ex-ajudante de ordens disse que seria do “pessoal do agronegócio”.

Também no interrogatório, Mauro Cid foi questionado por Moraes sobre quem era o elo do ex-presidente Jair Bolsonaro com os manifestantes que estavam acampados em frente a quartéis após as eleições de 2022.

O ex-ajudante de Bolsonaro disse que o ex-presidente estava “recluso” após a derrota para Lula e que quase não participava mais de compromissos oficiais.

Segundo Cid, Braga Netto fazia o elo entre os manifestantes e o ex-presidente, atualizando Bolsonaro sobre a mobilização de apoiadores. Muitos desses apoiadores participaram e foram presos após os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. As informações são do jornal O Globo.

 

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