Domingo, 21 de dezembro de 2025

Teste de luzes marca novo avanço na reta final de restauro do Viaduto da Borges, em Porto Alegre

Um dos principais marcos arquitetônicos do Centro Histórico de Porto Alegre, o Viaduto Otávio Rocha terá iluminação especial para criação de efeito cênico. A Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura (Smoi) realizou o teste com quase lâmpadas de LED na estrutura, localizada na avenida Borges de Medeiros e cuja restauração – iniciada em 2022 – deve estar pronta em breve.

São quase 350 dispositivos de fotocélula instalados pela concessionária IPSul ao longo de todo o piso e nos arcos sob a rua Duque de Caxias, em substituição às fontes convencionais. De acordo com a prefeitura, a troca deve gerar 50% de economia, além de facilitar o acionamento das luzes de forma automática, tanto para ligação quanto para desligamento.

“Até o fim de dezembro, devemos emitir o termo de recebimento provisório da obra”, ressalta o titular da SMSurb, André Flores. “Foi um desafio muito grande trabalhar em lugar tão emblemático para a cidade e que nunca havia recebido uma restauração completa.”

Outros aspectos da revitalização da obra quase centenária já estão em fase final. Os tapumes ao longo da Borgescomeçaram a ser recuados (e assim permanecerão até a reinauguração oficial do viaduto) para realização dos acabamentos no passeio público, como a recolocação de ladrilhos originais ou, pontualmente, a substituição por réplicas idênticas. Neste sábado (20) e domingo, os canteiros das calçadas estão sendo finalizados.

O canteiro central, por sua vez, será refeito, e receberá paisagismo. Já o trecho que vai do início ao final do viatuto (entre as ruas Fernando Machado e Jerônimo Coelho) receberá asfalto novo. Essa etapa dos serviços tem início previsto para a primeira semana de janeiro.

História

A estrutura – popularmente conhecida como “Viaduto da Borges” – é uma das grandes obras de urbanização de Porto Alegre. Em sua origem está o Plano de Melhoramentos e Embelezamento da Capital, proposto em 1914 pelo engenheiro João Moreira Maciel, diretor de Obras da Intendência Municipal (equivalente à atual prefeitura).

Essa iniciativa se alinhava a outros projetos de urbanização de capitais, com abertura, alargamentos e prolongamentos de vias, canalizações de águas, construção de jardins e parques e instalação de novos equipamentos. A estratégica ligação do Centro à Zona Sul, com alargamento e rebaixamento das ladeiras do beco General Paranhos (futura avenida Borges de Medeiros), determinou a construção do viaduto para conectar a avenida Duque de Caxias.

O projeto dos engenheiros Manoel Barbosa Assumpção Itaqui e Duílio Bernardi (professores da Escola de Engenharia) recebeu aprovação em 1927. Eles foram responsáveis por importantes obras na Capital, algumas das quais hoje integram o campus central da UFRGS, em estilo eclético ou elementos artísticos do art-déco.

A concorrência para a execução das obras do foi vencida pela Companhia Construtora Dyckerhoff & Widmann, e a entrega aconteceu em 1932. Em 1988, o Viaduto Otávio Rocha foi protegido legalmente pelo tombamento municipal proposto pela Equipe do Patrimônio Artístico, Histórico e Cultural (Epahc) e aprovado pelo Conselho Municipal do Patrimônio.

Apenas apenas duas reformas foram realizadas no viaduto, em 1998 e 2010 – até a atual gestão deflagrar a primeira grande revitalização do local, situado entre as ruas Fernando Machado e Jerônimo Coelho. Já a parte mais alta passa pela Duque de Caxias.

Com os comerciantes retirados dos pontos comerciais ali instalados, os trabalhos foram iniciados em novembro de 2022, orçados em R$ 17,2 milhões. As obras tinham sua conclusão programada para junho de 2025, mas o cronograma sofreu atrasos e deve se estender pelo menos até janeiro próximo.

A iniciativa contempla restauração, recuperação, correção e conservação. A lista abrange pisos externos, esquadrias, ladrilhos internos, salas e elementos decorativos, bem como sistemas elétrico e hidráulico, dentre outros. Além, é claro, da própria estrutura. Também serão providenciados Plano de Proteção Contra Incêndios (PPCI), itens de acessibilidade e sinalização.

(Marcello Campos)

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