Segunda-feira, 24 de novembro de 2025

Thiago Lacerda destaca urgência do debate sobre machismo em série da HBO Max

O ator Thiago Lacerda, 47, reforçou a importância de discutir o machismo de forma urgente e direta entre os homens. Para ele, é necessário quebrar padrões sociais que já deveriam ter sido superados.

Atualmente, o artista participa da série da HBO Max, Ângela Diniz: Assassinada e Condenada, que revisita o crime que chocou o Brasil nos anos 1970 e expõe como a sociedade da época tratava mulheres que ousavam desafiar tabus.

A produção traz Marjorie Estiano no papel da socialite Ângela Diniz, assassinada em 1976 pelo então namorado Raul Fernando do Amaral Street, conhecido como Doca. O caso se tornou um marco na luta feminista após o primeiro julgamento, em que o réu foi absolvido com base na tese da “legítima defesa da honra”. A série mostra Ângela como uma mulher livre, mas julgada por sua postura diante de uma sociedade conservadora.

Em entrevista à Quem, Thiago destacou que o tema precisa ser encarado com coragem: “Somos todos produtos dessas circunstâncias históricas que a gente vive. Tenho memória dessa cultura repressora e opressora muito fortemente.” Pai de três filhos, Gael, 18, Cora, 15, e Pilar, 11 frutos do casamento com a atriz Vanessa Lóes, o ator afirmou que o diálogo é essencial para não repetir erros do passado.

“É preciso não se eximir da responsabilidade de participar desse debate. Do ponto de vista masculino, existe uma chaga que é completamente diferente do feminino. Sou pai de menino e sou pai de menina, e a história da Ângela me convoca a uma coragem. Essa história tem quase 50 anos. Já passou da hora de ser revisitada para que a gente provoque do lugar de onde a gente está vindo. A gente só consegue compreender esse momento histórico olhando para trás com coragem.”

Thiago também reconheceu seus privilégios e o contexto machista em que cresceu: “Sou um homem branco, nascido na classe média no final dos anos 70 no Brasil. É preciso coragem para gente se reconhecer na urgência desse debate. Acredito muito que os desdobramentos desse assunto e dessa chaga cultural e histórica precisam conter a participação do masculino.”

Para o ator, as mudanças não serão rápidas, mas o diálogo é o primeiro passo: “Como você transforma uma estrutura milenar? Imagino que não seja rápido. Nossa existência é muito breve. Talvez a gente não presencie as transformações definitivas, talvez o nosso papel seja semear e não abrir mão da urgência e necessidade de estarmos debatendo sobre isso.”

Na série, Thiago interpreta o jornalista Ibrahim Sued, um dos amores de Ângela. Ele descreveu o personagem como uma figura complexa e influente: “É um personagem muito biográfico, existe muito material sobre ele. De tudo o que pesquisei e vi, além da minha memória de infância, nunca imaginei que fosse uma figura com tantas conexões. Ele tinha relações que iam do alto escalão político até o submundo do Rio de Janeiro dos anos 70. Era um cara extremamente permeável.”

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