Sexta-feira, 21 de novembro de 2025

Trabalhar vai ser opcional em até 20 anos e dinheiro perderá relevância, projeta Musk

O empresário Elon Musk disse que, dentro de 10 a 20 anos, o trabalho poderá se tornar opcional graças ao avanço da inteligência artificial (IA) e da robótica. A previsão foi feita durante o Fórum de Investimentos EUA–Arábia Saudita, em Washington, EUA, em meio a debates sobre o impacto da automação no mercado de trabalho e no futuro da renda.

Musk comparou o futuro do trabalho à decisão de manter uma pequena horta: possível, mas não necessária. Segundo ele, empregos existirão apenas para quem quiser exercer atividades por prazer, como praticar esportes ou jogar videogame. Ele afirmou que o cenário depende de milhões de robôs capazes de elevar de forma decisiva a produtividade global.

O bilionário disse que pretende transformar a Tesla em uma empresa centrada em robôs humanoides, e sua meta é que 80% do valor da companhia venha do Optimus, robô ainda em desenvolvimento e marcado por atrasos.

No entanto, a automação já pressiona empregos de entrada, afetando sobretudo jovens da geração Z e, para críticos americanos, esse movimento pode ampliar desigualdades e limitar oportunidades em um mercado que cresce de forma desigual.

Musk também sugeriu que, nesse futuro automatizado, o dinheiro vai perder relevância. Ele citou a série de livro “Culture”, de Iain M. Banks, que descreve uma sociedade pós-escassez sem empregos tradicionais. O empresário mencionou ainda a possibilidade de um mecanismo de “renda alta universal”, embora sem detalhar como funcionaria.

De acordo com a Fortune, economistas afirmam que o caminho para esse cenário é incerto, porque, embora a IA esteja avançando rápido, a robótica segue cara, complexa e lenta. A expectativa é que a automação em larga escala deve ocorrer, mas não no ritmo projetado por Musk, já que máquinas físicas exigem altos investimentos.

Mesmo que a tecnologia continue a evoluir, há obstáculos políticos, considerando que sustentar financeiramente uma sociedade em que grande parte da população não trabalha exigiria políticas públicas robustas, novos modelos de financiamento e forte coordenação entre governos. Há também dúvidas sobre se a riqueza gerada pela IA será distribuída de maneira inclusiva ou concentrada em poucos grupos.

Pesquisadores também alertam para impactos sociais mais profundos, porque parte importante dos vínculos humanos é construída no ambiente de trabalho. Em um futuro sem empregos tradicionais, será necessário repensar como as pessoas formam relacionamentos, constroem rotinas e encontram propósito em sociedades altamente automatizadas.

Musk reconheceu esse desafio ao falar sobre o caráter existencial das mudanças e, para ele, mesmo que robôs façam “tudo melhor do que os humanos”, ainda vai caber às pessoas dar sentido às máquinas.

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