Terça-feira, 25 de novembro de 2025

Trama golpista: ex-comandante da Marinha é preso e levado para “fortaleza” militar em Brasília

O ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos foi levado, após sua prisão nesta terça-feira (25), para a Estação Rádio da Marinha em Brasília (ERMB), uma instalação militar localizada na Rodovia DF-001, em Santa Maria, a cerca de 30 quilômetros da região central de Brasília.

A unidade, concebida para atender às necessidades estratégicas de comando e controle da Marinha, funciona em área isolada e de acesso restrito, com estrutura voltada para comunicações e operações sensíveis. Por esse motivo também é conhecido como uma “fortaleza da Marinha” na capital do País.

Criada em 1960 por decreto, o local tem esse nome porque surgiu da necessidade da implantação de uma estrutura de comunicações para atender ao então Ministério da Marinha.

A ERMB é considerada uma das instalações mais estratégicas da Força. Ao longo das décadas, passou por sucessivas modernizações e ampliou suas atribuições. Além de ser a Estação Principal do Serviço Fixo do Sistema de Comunicações da Marinha, atua como Estação Reserva da Controladora da Rede Operativa da Marinha e integra a Rede Estratégica de Comunicações em Alta Frequência.

A unidade também opera o destacamento da Rede Naval Interamericana de Telecomunicações (RNIT) e é considerada uma instalação de alta capacidade técnica e com rígido controle militar, o que a tornou o local escolhido para a custódia de Garnier.

O ex-comandante da Marinha foi preso na manhã desta terça-feira e levado para a ERMB após ser condenado a 24 anos de prisão no processo que apura a trama golpista no Supremo Tribunal Federal. Segundo determinação do ministro Alexandre de Moraes, Garnier deve permanecer detido na unidade militar, sob responsabilidade direta da Marinha.

Pesou para a condenação também o desfile inédito de tanques da Marinha na Praça dos Três Poderes, em agosto de 2021, realizado no mesmo dia da votação da PEC do voto impresso no Congresso Nacional.

Provas reunidas na fase de instrução penal mostram que Garnier teria colocado tropas da Marinha à disposição do então presidente.

De acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR), a ação teria sido planejada nos bastidores do governo para intimidar o Parlamento. Outro gesto simbólico foi a ausência de Garnier na cerimônia de transmissão de cargo ao novo comandante da Marinha, já no início do governo Lula.

 

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