Quarta-feira, 12 de novembro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 12 de julho de 2023
O ministro Benedito Gonçalves, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), transferiu uma ação de inelegibilidade contra a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) para a Justiça Eleitoral de São Paulo.
A ação é movida pela também deputada Samia Bomfim (PSOL-SP), que acusa Zambelli de divulgar fake news de propósito “para conquistar apoio político por meio da divulgação de notícias sabidamente inverídicas acerca do sistema eleitoral brasileiro”. A parlamentar pede a cassação e a inelegibilidade por oito anos.
Gonçalves argumentou que não se justifica a ação ficar na mão da Corregedoria-Geral Eleitoral e casos desse tipo causam atraso nas análises de ações referentes à Presidência.
“Não se justifica a concentração, na Corregedoria-Geral Eleitoral, de todas as ações ajuizadas em quaisquer unidades da federação a respeito de fatos assemelhados, em prejuízo à tramitação célere das ações relativas ao pleito presidencial”, justificou o ministro.
Além disso, ele negou conexão dessa ação com outra da própria parlamentar, que também inclui o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A defesa da parlamentar tentou concentrar as investigações no TSE devido a outras investigações que correm na corte.
Hacker
O hacker Walter Delgatti Neto, da Vaza-Jato, disse em depoimento à Polícia Federal (PF) que a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) pediu para que ele invadisse as urnas eletrônicas ou a conta de e-mail e telefone do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo informações do blog da jornalista Andréia Sadi, no g1, o pedido teria sido feito em setembro do ano passado, em São Paulo. A defesa de Zambelli negou as declarações de Hacker Delgatti.
Delgatti relatou à PF que não conseguiu acessar o sistema das urnas eletrônicas e nem o celular de Moraes. Além disso, o hacker também afirmou que não havia nada “comprometedor” na conta do e-mail do ministro — a qual teve acesso em 2019, quando invadiu aplicativos de outras autoridades e foi preso.
Após ser colocado em liberdade, Delgatti foi preso novamente em junho deste ano, por descumprir determinações judiciais ao acessar a internet — a Justiça proibiu o hacker de manter atividades on-line. Ele voltou à prisão por risco de que ele repetisse as ações criminosas anteriores, que o levaram a ser acusado pelo Ministério Público.
Delgatti é investigado desde 2019 pela PF no âmbito da Operação Spoofing, que apura a invasão do celular de autoridades por um grupo hacker. Parte do conteúdo foi repassado à época pelo hacker a jornalistas do The Intercept e influenciaram nas anulações de processos contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que atualmente não responde mais ações da Lava-Jato na Justiça.