Terça-feira, 23 de dezembro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 23 de dezembro de 2025
Os Estados Unidos informaram ao Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), nesta terça-feira (23), que imporão e farão cumprir sanções contra a Venezuela e seu presidente, Nicolás Maduro, na máxima extensão permitida.
Segundo o embaixador dos EUA nas Nações Unidas, Mike Waltz, o objetivo de Washington é privar o governo venezuelano de recursos financeiros, vindos do lucro do petróleo, que estariam permitindo que Maduro siga em sua “apropriação fraudulenta do poder e suas atividades narcoterrorismo”.
“A capacidade de Maduro de vender o petróleo da Venezuela permite sua reivindicação fraudulenta de poder e suas atividades narcoterroristas. O povo da Venezuela, francamente, merece algo melhor, afirmou.
Nicolás Maduro é acusado pelos EUA de ser o líder do Cartel de los Soles, descrito como um grupo ligado ao tráfico de drogas, e oferece uma recompensa de US$ 50 milhões – o equivalente a R$ 277 milhões – por informações que levem à sua captura.
A sessão do Conselho de Segurança desta terça tinha como objetivo debater as queixas feitas pela Venezuela à ONU sobre os ataques que os EUA vêm realizando no Caribe, além do cerco ao país anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que tem levado à apreensão de petroleiros.
A Venezuela aprovou nesta terça-feira (23) uma lei que prevê penas de prisão de até 20 anos para quem promover ou financiar o que descreve como pirataria ou bloqueios.
A proposta, nomeada como projeto “Para Garantir a Liberdade de Navegação e Comércio contra a Pirataria, Bloqueios e Outros Atos Ilícitos Internacionais”, foi votada na Assembleia Nacional da Venezuela, controlada pelo partido do governo Nicolás Maduro, e aprovada por unanimidade.
Agora, ela será encaminhada ao Executivo para aprovação e entrará em vigor assim que for publicada no Diário Oficial.
A lei, que inclui “outros crimes internacionais”, surge em meio às operações realizadas pelos Estados Unidos contra carregamentos de petróleo venezuelano. No dia 10 deste mês, o governo americano apreendeu o primeiro petroleiro. A segunda interceptação confirmada por Washington ocorreu no dia 20, dias depois do presidente Donald Trump anunciar um bloqueio total a embarcações que estivessem saindo de portos da Venezuela.
Nas duas ocasiões, o governo venezuelano acusou os EUA de “pirataria”. Na segunda, afirmou que vai tomar “todas as medidas cabíveis”, incluindo buscar o Conselho de Segurança da ONU para prestar uma queixa.
Durante a sessão desta terça, o presidente da Assembleia, Jorge Rodríguez, que é aliado de Maduro, também fez duras críticas à oposição. Acusou María Corina Machado e seus aliados, que vem dando declarações de apoio às ações do governo Trump, de promover sanções contra a Venezuela e disse:
“Eles roubaram, saquearam e se curvaram ao imperialismo americano. Estão satisfeitos com as ações agressivas que estão ocorrendo atualmente no Mar do Caribe”.
Nesta segunda-feira (22), Donald Trump e Nicolás Maduro voltaram a trocar farpas. Trump, que anunciou uma nova classe de navios de guerra batizada em homenagem a ele mesmo em um evento na Casa Branca, disse que a coisa “mais inteligente” que o venezuelano poderia fazer é renunciar. Questionado se seu governo quer tirar Maduro do poder, afirmou:
“Isso depende dele, do que ele queira fazer. Acho que seria inteligente de sua parte fazer isso [renunciar]. Se ele quiser bancar o durão, será a última vez”.
Já Maduro, durante uma feira de produtores venezuelanos, alfinetou o presidente americano e disse que ele “estaria melhor” se focasse mais em seu país, e não na Venezuela.
“Penso que o presidente Trump poderia fazer melhor em seu país e no mundo. Ele estaria melhor no mundo se focasse nos problemas do seu próprio país. Não é possível que 70% dos seus discursos e declarações sejam [sobre] a Venezuela. E os Estados Unidos?”, questionou ele.