Sexta-feira, 05 de setembro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 5 de setembro de 2025
O presidente norte-americano Donald Trump voltou a falar sobre as tarifas de 50% aplicadas ao Brasil. Segundo ele, há insatisfação com o governo do país e “com o que estão fazendo”.
“Estamos muito insatisfeitos com o Brasil. As tarifas são muito altas por causa do que eles estão fazendo, o que é muito lamentável. Nós temos uma relação maravilhosa com o povo brasileiro, mas o governo do Brasil mudou radicalmente. Tornou-se muito de esquerda radical, e isso está prejudicando muito o país. Eles estão indo muito mal”, disse o republicano em resposta a uma repórter que questionou sobre a possível proibição de concessões a vistos para delegações que participarão da Assembleia Geral da ONU, incluindo a brasileira.
O presidente não afirmou o que o governo estaria fazendo para motivar a imposição das tarifas recíprocas de 50%, das mais altas já sancionadas a países até agora.
Os 50% em vigor são uma soma de uma tarifa adicional de 40% (sob pretextos políticos, como o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, e suspeitas de práticas desleais de comércio) aos 10% anunciados em abril a título de “tarifas recíprocas”. A medida afeta diretamente 35,9% das exportações do Brasil para os Estados Unidos, segundo cálculos do governo brasileiro.
Da lista de produtos, 694 possuem isenção de cobrança dessa taxa adicional, como aeronaves, minerais, químicos e alguns itens de energia.
As exportações do Brasil para os Estados Unidos tiveram uma queda de 18,5% em agosto, no primeiro mês de vigência do tarifaço de 50% imposto pelo presidente Donald Trump sobre produtos brasileiros exportados para aquele país, segundo dados divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio e Serviços (Mdic) nesta quinta-feira.
Houve uma diminuição de US$ 600 milhões em relação aos ganhos obtidos pelas exportações em comparação com o mesmo período do ano passado. As importações de produtos americanos pelos brasileiros, por outro lado, aumentaram 4,6% em agosto, um ganho de US$ 200 milhões.
Na quinta (4), Trump pediu à Suprema Corte dos Estados Unidos que mantenha suas tarifas globais, solicitando revisão em um caso que pode afetar trilhões de dólares em comércio e lhe dar nova e ampla influência sobre a economia mundial.
O recurso pede que o caso seja colocado em um cronograma altamente acelerado, com argumentos no início de novembro, de acordo com documentos ao qual a Bloomberg teve acesso. A solicitação vem após uma decisão de um tribunal federal de apelações que afirmou que Trump não pode impor tarifas de importação em larga escala com base em uma lei de 1977 criada para lidar com emergências nacionais.