Terça-feira, 30 de setembro de 2025

Trump estende por mais 90 dias a trégua com a China poucas horas antes de tarifas entrarem em vigor

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, estendeu por 90 dias a trégua tarifária com a China, horas antes de o prazo expirar, o que ocorreria nesta terça-feira (12). A prorrogação foi confirmada pelo próprio Trump em publicação na rede Truth Social, na noite de segunda-feira (11).

Caso as tarifas mais altas entrassem em vigor à 0h01 desta terça-feira, a medida representaria, na prática, um embargo comercial entre as duas maiores economias do mundo.

“Acabei de assinar uma Ordem Executiva que estenderá a Suspensão Tarifária à China por mais 90 dias”, publicou Trump. “Todos os outros elementos do Acordo permanecerão os mesmos.”

Negociadores buscam consolidar um entendimento com a China desde que um amplo pacto entre os dois países foi anunciado no início deste ano. Chegar a um consenso com um dos principais parceiros comerciais dos EUA é prioridade para a equipe do governo Trump, que havia ameaçado elevar as tarifas para até 145% caso não houvesse acordo.

As tarifas, porém, mudaram diversas vezes desde que Trump fez a primeira ameaça, em abril, de impor altas taxas às importações chinesas. Durante as negociações, líderes estrangeiros buscaram garantias e isenções. Não está claro para qual patamar as tarifas subiriam caso não fosse alcançado um novo entendimento até 10 de novembro.

No domingo à noite, Trump escreveu no Truth Social sobre a expectativa de fechar um acordo que ampliaria as vendas de soja dos EUA para a China. “A China está preocupada com a escassez de soja. Nossos grandes agricultores produzem a soja mais robusta. Espero que a China quadruplique rapidamente seus pedidos. Esta também é uma forma de reduzir substancialmente o déficit comercial da China com os EUA. Um serviço rápido será fornecido. Obrigado, Presidente Xi”, afirmou.

A prorrogação da trégua pode ajudar a manter a calma nos mercados financeiros, que foram abalados no início do ano pelas tarifas impostas por Trump, incluindo taxas elevadas sobre diversos produtos chineses.

A China fornece uma ampla gama de bens de consumo aos Estados Unidos, desde calçados e roupas até utensílios domésticos. O país também é fornecedor crucial de equipamentos e insumos, como minerais de terras raras utilizados na produção de eletrônicos, drones militares e veículos elétricos. Esse fornecimento é considerado uma moeda de troca estratégica por Pequim.

Em um acordo incomum, Washington determinou que os fabricantes de chips Nvidia e Advanced Micro Devices paguem ao governo 15% da receita obtida com a venda de chips de inteligência artificial na China, como condição para obter licenças de exportação. As negociações entre os dois países envolveram reuniões em Genebra, Londres e Estocolmo no início do ano.

A política tarifária dos EUA tem oscilado fortemente, com ameaças e sanções a parceiros comerciais, o que aumentou a incerteza entre fabricantes, importadores e consumidores. Segundo economistas, os impostos pagos por importadores americanos tendem a pressionar ainda mais os preços, podendo custar às famílias uma média de US$2.400 por ano. O governo também impôs tarifas de 15% sobre produtos da União Europeia e de 20% sobre mercadorias do Vietnã, entre outros parceiros.

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