Terça-feira, 14 de outubro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 14 de outubro de 2025
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, recebeu nesta terça-feira (14) o presidente da Argentina, Javier Milei, na Casa Branca. O encontro entre os líderes ocorreu cerca de uma semana após Washington ter concordado em conceder à Buenos Aires uma ajuda financeira de US$ 20 bilhões.
Durante um almoço com o presidente argentino, Trump falou com jornalistas e comentou também sobre um possível acordo de livre comércio com a Argentina, Trump afirmou que não descarta a possibilidade.
“Vamos discutir parte disso hoje… Queremos ajudar a Argentina, e claro, também queremos ajudar a nós mesmos, mas queremos ajudar a Argentina”, disse Trump durante a reunião.
O republicano destacou a intenção de apoiar o aliado argentino, afirmando que deseja ver o país andino prosperar. No entanto, ele alertou que os EUA podem não ser tão generosos se Milei não for vitorioso nas disputas eleitorais deste mês.
“Se ele perder, não seremos generosos com a Argentina. Nossos acordos estão sujeitos a quem vencer a eleição. Porque com um socialista, fazer investimentos é muito diferente”, acrescentou Trump.
O republicano ainda ressaltou que os EUA não precisam ajudar países da América do Sul, mas que entendeu que o auxílio era importante para o continente. Trump disse que países sul-americanos estão se aproximando dos EUA e citou o Brasil como exemplo.
Além disso, ele completou que a Argentina “não deveria ter nenhuma relação” com a China. Suas críticas se estenderam aos BRICs, no qual Trump afirmou que o bloco tem atuado para enfraquecer o dólar.
Socorro dos EUA à Argentina
Na semana passada, o secretário do Tesouro, Scott Bessent, anunciou que o apoio americano ao país andino virá por meio de um acordo de swap cambial com o banco central argentino.
“O Tesouro dos EUA está preparado, imediatamente, para tomar quaisquer medidas excepcionais que se mostrem necessárias para garantir a estabilidade dos mercados”, disse Bessent.
No entanto, a ajuda financeira à Argentina é vista um movimento atípico dos EUA — sobretudo sob uma administração que vinha evitando grandes intervenções no exterior. Segundo a Casa Branca, o acordo faz parte de uma estratégia para estabilizar um aliado-chave na região. A decisão, porém, tem provocado críticas dentro do próprio país.
Isso porque diversos democratas criticaram Trump por priorizar resgates internacionais e medidas de proteção a investidores, enquanto o governo americano segue paralisado — no chamado “shutdown”.
Agricultores americanos também manifestaram insatisfação com os movimentos do republicano em relação ao aliado, lembrando que a China redirecionou suas compras de soja dos EUA para a Argentina neste ano.
Embora os detalhes do acordo ainda não tenham sido divulgados, o pacote de ajuda pode dar a Milei um fôlego político importante em meio ao esforço para conter o agravamento da crise econômica e consolidar a base de apoio ao seu governo.