Quarta-feira, 17 de dezembro de 2025

Trump tem “personalidade de alcoólatra”, diz chefe da Casa Branca

A chefe de gabinete da Casa Branca, Susie Wiles, disse que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem “personalidade de alcoólatra”. As declarações foram dadas em uma entrevista à revista “Vanity Fair”, em um contexto que expõe as tensões internas do atual governo.

A entrevista publicada nesta terça-feira (16) revela discussões sobre questões que vão desde a aplicação das leis de imigração até a redução do tamanho do governo. Além disso, algumas das respostas traçam um retrato pouco lisonjeiro de alguns dos assessores mais próximos do presidente.

Em uma série de 11 entrevistas com o autor Chris Whipple, realizadas ao longo do primeiro ano de Trump de volta ao cargo, Wiles, a primeira mulher a ocupar o cargo de chefe de gabinete da Casa Branca, descreveu o presidente como tendo “personalidade de alcoólatra” e um desejo de vingança contra quem ele considera seus inimigos.

Ela também disse que o vice-presidente JD Vance “é um teórico da conspiração há uma década” e descreveu sua mudança de crítico para apoiador de Trump como “meio política”, motivada por sua campanha para o Senado em vez de princípios.

Wiles criticou a maneira como o bilionário Elon Musk desmantelou a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) e como a procuradora-geral Pam Bondi reagiu inicialmente à divulgação planejada dos arquivos de Jeffrey Epstein.

Segundo as entrevistas, Wiles também afirmou ter alertado Trump contra o perdão dos participantes mais violentos do ataque de 6 de janeiro de 2021 ao Capitólio dos EUA e o pressionou para que adiasse sua decisão sobre as amplas tarifas comerciais, mas não conseguiu convencê-lo em nenhum dos casos.

Ela disse que o governo deveria ter aplicado maior rigor à deportação de imigrantes em situação irregular no país para evitar erros.

“Ele tem a personalidade de um alcoólatra”, disse Wiles sobre Trump, explicando que sua criação com um pai alcoólatra a preparou para lidar com “personalidades fortes”. Trump não bebe, observou ela, mas age com “a convicção de que não há nada que ele não possa fazer. Nada, zero, nada.”

Em uma publicação no X, Wiles chamou a reportagem da Vanity Fair de “uma matéria difamatória e tendenciosa contra mim e o melhor presidente, equipe da Casa Branca e gabinete da história”, dizendo que omitiu contexto importante e a citou seletivamente para criar uma narrativa negativa.

A secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, também se manifestou na rede social X, afirmando que Wiles é uma conselheira leal e de confiança de Trump, e que o governo a apoia integralmente.

Vance defendeu Wiles, dizendo a repórteres na Pensilvânia que admira sua consistência e autenticidade, tanto na presença do presidente quanto fora dela.

“Nunca a vi ser desleal ao presidente dos Estados Unidos, e isso a torna a melhor chefe de gabinete da Casa Branca que o presidente poderia desejar”, disse ele.

Wiles, estrategista política da Flórida que coordenou a campanha de retorno de Trump em 2024 e é vista como responsável por uma Casa Branca mais organizada do que em seu primeiro mandato, afirmou à “Vanity Fair” que não vê seu papel como o de restringir o presidente, mas sim como o de facilitar suas decisões. Ela disse que ser contrariada nunca foi motivo de queixa, observando que, no fim das contas, apoiou os resultados finais.

“Houve algumas vezes em que fui voto vencido”, disse ela. “E se houver empate, ele ganha”, concluiu.

 

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