Quinta-feira, 24 de julho de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 21 de julho de 2025
Em meio às crescentes pressões por transparência sobre o escândalo Jeffrey Epstein, novas revelações voltam a lançar luz sobre a relação do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com o financista condenado por crimes sexuais. De acordo com uma reportagem do The New York Times, Trump teria organizado uma festa exclusiva para “jovens mulheres” em sua residência e clube privado Mar-a-Lago, na Flórida, onde o único outro convidado era o próprio Epstein.
O evento, ocorrido em 1992, foi lembrado por George Houraney, empresário responsável por organizar a festa “Garotas do Calendário” no local. Segundo ele, ficou surpreso ao saber que a lista de convidados se limitava a Trump e Epstein. “Eu disse: ‘Donald, esta deveria ser uma festa com VIPs’. Você está me dizendo que é você e Epstein?”, afirmou Houraney ao Times em 2019.
A então namorada de Houraney, Jill Harth, mais tarde acusou Trump de má conduta sexual na noite da festa. Em ação judicial, ela alegou que o magnata a levou a um quarto, a beijou e acariciou à força, impedindo sua saída. Trump negou as acusações, e o processo foi encerrado em 1997 após um acordo em outro caso relacionado.
Relação próxima e controversa
Trump e Epstein cultivaram uma relação próxima ao longo de quase 15 anos, em eventos públicos e festas privadas tanto em Palm Beach quanto em Manhattan. Em vídeos resgatados da época, os dois aparecem rindo e trocando comentários ao observarem líderes de torcida dançando em Mar-a-Lago.
Em 2002, Trump chegou a afirmar à revista New Yorker: “Conheço Jeff há 15 anos. Um cara incrível. É muito divertido estar com ele. Dizem até que ele gosta de mulheres bonitas tanto quanto eu — e muitas delas são mais jovens.”
Registros mostram que Trump viajou ao menos sete vezes no jato particular de Epstein entre Palm Beach e Nova Jersey. Epstein também frequentava festas organizadas por Trump e, segundo uma das vítimas, Virginia Giuffre, foi em Mar-a-Lago que ela conheceu Ghislaine Maxwell — atualmente presa por tráfico sexual — e foi levada ao círculo de Epstein.
Outras mulheres ligadas ao escândalo relataram encontros desconfortáveis com Trump mediados por Epstein. A ex-modelo da Sports Illustrated Stacey Williams afirmou ter sido apalpada por Trump em uma visita a Trump Tower, acompanhada por Epstein. “Senti-me como um pedaço de carne entregue como parte de um jogo entre eles”, declarou ao Times.
Afastamento e silêncio seletivo
A relação entre os dois terminou em 2004, após uma disputa por um imóvel em Palm Beach. Segundo relatos, Trump teria decidido banir Epstein de Mar-a-Lago após comportamento considerado “inapropriado” com uma jovem frequentadora. Após o rompimento, Trump buscou se distanciar do ex-amigo, especialmente após a prisão de Epstein, em 2019.
“Eu não era fã dele”, declarou Trump a repórteres após a nova prisão do financista, acrescentando que “todo mundo em Palm Beach o conhecia”.
Apesar das negativas públicas, a crescente pressão de apoiadores e opositores fez com que Trump determinasse ao Departamento de Justiça, na última semana, a buscar a liberação do depoimento do grande júri que investigou Epstein e sua cúmplice, Maxwell. As informações são do portal O Globo.