Sábado, 28 de junho de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 28 de junho de 2025
Um turista da Malásia ficou ferido após cair cerca de 200 metros em um acidente no Monte Rinjani, na Indonésia. É o segundo caso de acidente no parque em menos de uma semana, após a morte da brasileira Juliana Marins, de 26 anos.
A informação do novo acidente foi confirmada pela administração do parque em Lombok. Em uma rede social, as autoridades do parque confirmaram que o incidente ocorreu por volta das 15h20 no horário local. Na manhã deste sábado (28), os responsáveis pelo resgate informaram que o alpinista estava em estado estável e “capaz de realizar atividades”.
Uma equipe de resgate foi acionada logo após o alerta da queda. O jornal Sinar Harian, da Malásia, disse que a vítima fraturou o quadril e teve feridas na cabeça após cair 200 metros na trilha. A queda parou próximo a uma ponte próxima ao lago Sengara Anak.
A brasileira Juliana Marins tinha 26 anos e morreu após cair de um penhasco na trilha do Monte Rinjani, no dia 21 de junho. O corpo foi encontrado na terça-feira (24), no quarto dia de buscas. A jovem fazia a trilha quando escorregou e caiu de um penhasco de cerca de 300 metros. O corpo foi resgatado apenas na quarta-feira (25), após dias de buscas sob chuva e neblina. Segundo o médico legista, que divulgou na sexta-feira detalhes sobre a causa da morte da brasileira, ela teria morrido por hemorragia interna provocada por múltiplas fraturas após uma das quedas.
Imagens de drones capturadas por outros turistas mostram que Juliana não morreu imediatamente após cair da trilha. O médico legista responsável pela autópsia da brasileira diz que ela morreu cerca de 20 minutos após o trauma causado pela queda, mas não especificou em que momento isso ocorreu – ela caiu mais de uma vez enquanto esperava o resgate.
Rinjani
Localizado na ilha de Lombok, na Indonésia, o Rinjani é considerado sagrado por diversas comunidades indígenas e considerado uma morada de espírito ancestrais, o que o torna um local de adoração e reverência. A tribo Sasak, residente em Lombok, e outros moradores da região, realizam rituais no cume ou no lago da cratera. As lendas e os mitos do monte são a base da cosmologia da tribo.
O Rinjani é considerado um portal entre o mundo físico e espiritual, sendo um símbolo do ciclo da vida, morte e renascimento. O povo acredita que ali há espíritos protetores que aliviam as dores e trazem paz de espírito.
O lago Segara Anak, que fica ao redor do vulcão, é cercado por rochas vulcânicas e também considerado sagrado. O nome significa “filho do mar”, em indonésio, e há uma crença local de que as águas sejam uma “cria” do mar. A tribo considera que o local conta com um poder de cura.
São camadas de cinzas, areia grossa, pó vulcânico e fragmentos rochosos de explosões constantes ao longo de séculos. O solo do Monte Rinjani, na ilha de Lombok, na Indonésia, tem características que o tornam extremamente instável.
É como uma areia fofa, cheia de pedras de diversos tamanhos, especialmente na área do penhasco próxima à borda da caldeira, onde a brasileira Juliana Marins, de 26 anos, caiu e morreu, após ficar quatro dias esperando resgate. O risco, no entanto, coabita com a paisagem cercada por cadeias de montanha, e um lago na cratera do vulcão, atraindo, diariamente, centenas de turistas de diversos lugares do mundo.
O vulcão Rinjani vem tendo erupções desde a Idade Média. Dos anos 2000 até hoje, foram quatro explosões: 2004, 2009, 2010, e a última, em 2016. A cratera principal tem cerca de 8 quilômetros de extensão. Quando chove, a lama de lahar (uma mistura de água, cinzas vulcânicas, rochas e gelo, que se move rapidamente montanha abaixo) provocam erosão, que formam escarpas abruptas e inclinadas.
A Indonésia tem mais de 100 vulcões ativos, e cerca de mil inativos. O país está na região do Cinturão de Fogo do Pacífico, também conhecido como Círculo de Fogo — uma área em forma de ferradura ao redor do Oceano Pacífico onde ocorre a maioria dos terremotos e atividade vulcânica do mundo.