Terça-feira, 21 de outubro de 2025

Ucrânia começa ofensiva contra Rússia para retomar territórios no sul

A Ucrânia anunciou que deu início a sua esperada contraofensiva no sul do país, ocupado por tropas russas desde que Moscou mudou sua ofensiva para o leste e o sul. O objetivo é recuperar cidades estratégicas que foram conquistadas pelos russos, como a região de Kherson, agora que Kiev recebeu armas mais modernas do Ocidente, como os sistemas de foguetes Himars dos EUA. O governo ucraniano, porém, deu poucos detalhes sobre a operação.

Militares e civis ucranianos relataram um aumento nos combates ao longo da linha de frente no sul do país nesta segunda, com o governo ucraniano dizendo que seus militares conseguiram violar a primeira linha de defesa dos russos em Kherson, ao norte da Península da Crimeia. Os militares ucranianos também afirmaram ter atacado uma grande base militar russa na mesma região, destruindo-a. Não foi possível verificar imediatamente as alegações.

“A Ucrânia tem uma chance brilhante de recuperar os territórios, com a ajuda dos sistemas Himars. Quase todas as grandes pontes em Kherson já foram destruídas – o exército russo foi cortado do fornecimento de armas e pessoal da Crimeia”, afirmou um grupo operacional de tropas ucranianas chamado Kakhovka em mensagens nas redes sociais.

Em toda a região de Kherson – cuja capital foi a primeira grande cidade a cair nas mãos das forças russas depois que o presidente Vladimir Putin invadiu a Ucrânia em fevereiro – as redes elétricas falharam em meio aos combates nesta segunda, e a mídia russa relatou retiradas de civis de cidades na área.

Esta região é essencial para a agricultura ucraniana, mas também é uma posição estratégica, já que faz fronteira com a península da Crimeia, anexada pela Rússia em 2014.

Ofensiva esperada

A Rússia voltou a sua ofensiva para a região do leste da Ucrânia – onde estão as províncias separatistas de Luhansk e Donetsk – e depois para o sul após falhar em tentar capturar a capital Kiev. Conforme os russos faziam avanços importantes em uma aparente estratégia de guerra prolongada, o governo ucraniano prometia uma contraofensiva para reconquistar as cidades.

Um relatório publicado pela inteligência britânica no mês passado já indicava que as tropas ucranianas estavam obtendo sucessos ao menos em conter mais avanços russos ao utilizarem as armas ocidentais para destruir pontes que serviam de via de abastecimento para as forças russas. Os ataques deixaram os russos “altamente vulneráveis” disse o relatório de 28 de julho.

O governo do presidente Volodmir Zelenski está sob pressão para iniciar a ofensiva destinada a expulsar as tropas russas de Kherson e da margem ocidental do Rio Dnieper antes que a estação chuvosa deixe os campos lamacentos e intransitáveis ou o apoio europeu vacile em meio ao aumento dos preços da energia.

A Ucrânia deu poucas informações sobre como está conduzindo a contraofensiva, evitando inclusive afirmar que esta era a grande operação que vinham prometendo. A porta-voz do comando militar do sul, Natalia Gumeniuk, disse que a Ucrânia havia iniciado “ações ofensivas em muitas direções no sul da Ucrânia”. Mais tarde, ela emitiu uma declaração dizendo: “Toda operação militar requer silêncio” e “todo mundo precisa ser paciente”.

De acordo com a rede americana CNN citando dois funcionários anônimos da inteligência dos Estados Unidos, as forças ucranianas estão “modelando” a sua operação, uma prática militar padrão antes de uma ofensiva que envolvem sistemas de armas de ataque, comando e controle, depósitos de munição e outros alvos para preparar o campo de batalha para os avanços planejados. Segundo os EUA, a operação ucraniana deve incluir ações aéreas e terrestres.

Uma equipe do órgão de vigilância nuclear da ONU iniciou nesta segunda-feira sua jornada para a maior usina nuclear da Europa, no centro dos combates na Ucrânia, uma missão há muito esperada para inspecionar sistemas de segurança da usina que o mundo espera que ajudem a evitar uma catástrofe.

 

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