Quarta-feira, 23 de julho de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 22 de julho de 2025
Preta Gil estava rodeada de amigos em seus últimos momentos de vida. A cantora, que morreu na tarde do domingo (20), aos 50 anos, após um longo tratamento contra um câncer, seguia em Nova York, nos Estados Unidos, onde realizava terapias experimentais, sem comprovação científica. Mesmo longe do Brasil, ela permaneceu cercada por pessoas queridas. O corpo da artista será repatriado em breve, e o velório será realizado no Theatro Municipal, no Rio de Janeiro.
Em uma homenagem emocionada, Ju de Paulla, uma das melhores amigas de Preta, contou sobre os momentos em que esteve ao lado da filha de Gilberto Gil, durante boa parte da estadia nos EUA. A DJ afirmou que a artista viria para o Brasil, mas que não houve tempo hábil para a transferência e lembrou qual foi a última pergunta dela.
“Eu estava lá, dormindo do seu lado todo dia. E estive guerreando junto com você nos meus braços, literalmente. A gente estava tão esperançosa. A sua última palavra foi perguntando onde eu estava. Eu voltei, falei que tinha ido passar seu perfume pra ir para o Brasil e te esperava lá, porque você ia no outro voo, mas sairíamos na mesma hora. E você piscou pra mim. Falei que te esperava pra gente comemorar meu aniversário hoje, com o tema que você tinha escolhido para a gente comemorar. Ia ser em Nova York, mas os planos mudaram no meio do caminho. Não deu tempo. Eu cheguei nos EUA com você e estou voltando sem você”, escreveu ela.
Preta chegou a ser levada para a UTI aérea, mas passou mal e precisou retornar para o hospital em Nova York.
Em entrevista à GloboNews, Carolina Dieckmmann — amiga que passou os últimos quatro dias ao lado de Preta — afirmou que a cantora não sentiu dor. “Ela não sentiu dor e estava com muito amor”, contou. “A gente queria muito que ela viesse para o Brasil, mas ela estava muito fraquinha. Sem dor, controlada pelos medicamentos e cercada de muito amor.”
Estavam com Preta, o filho, Francisco, a neta, Sol, e a madrasta, Flora Gil.
“Já muito cansada, fazendo poucos contatos conscientes… Talvez, lá dentro dela, ela tenha sentido esse fim chegando. Mas a sensação que a gente tinha, ao olhar pra ela, era de alguém que estava dando tudo o tempo todo”, afirmou Carolina.
Durante a estadia em Nova York, Preta continuou recebendo mensagens de amigos. Uma dessas pessoas foi Fábio Assunção, seu ex-namorado. “Mandei uma mensagem para ela, às 7 horas da noite, falando: ‘Sei que o assunto está complexo… Me liga… Saudade’. Eu não escrevia para ela havia meses, e nem ela para mim. Espero que ela tenha lido a tempo”, contou ele em entrevista ao Encontro, apresentado por Patrícia Poeta.
“A gente vai adquirindo umas pessoas na vida e a gente leva para sempre. E, muitas vezes, a gente não consegue se despedir.”
Repatriação do corpo de Preta Gil
Segundo comunicado publicado nas redes sociais de Gilberto Gil e sua mulher, Flora Gil, madrasta de Preta, a família está na cidade cuidando dos trâmites para a repatriação do corpo. Não há, por enquanto, notícias de quando ele deve chegar ao Brasil, nem ser enterrado.
Por que Preta Gil estava nos Estados Unidos?
Preta mudou-se para os Estados Unidos nos últimos meses para tentar um tratamento experimental contra o câncer. Ela passou por consultas no Virginia Cancer Institute, em Washington, e por exames com médicos especialistas do Memorial Sloan Kettering Cancer Center, em Nova York, outra instituição referência mundial em tratamento e pesquisa de tumores.
Em fevereiro, numa entrevista ao Fantástico, Preta detalhou os planos da viagem. Depois de 55 dias internada, ela conversou com Maju Coutinho. “Então, em abril, parto para Nova York para fazer um tratamento lá com medicamentos novos. Medicamentos que estão em fase final de estudo. Tenho mil privilégios, eu sei que tenho, isso faz toda a diferença. Então eu não reclamo, não tenho como reclamar: ‘ah, mas você não sofre?’. Sofro, sofro muito”. As informações são do portal O Globo.