Terça-feira, 05 de agosto de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 4 de agosto de 2025
A ultrassonografia tem ganhado destaque como uma ferramenta indispensável no diagnóstico de doenças silenciosas, como aneurismas, tromboses, tumores e hemorragias internas. Muitas dessas condições não apresentam sintomas evidentes nos estágios iniciais, e a detecção precoce pode ser determinante para o sucesso do tratamento.
O exame de imagem é capaz de revelar, por exemplo, sinais de restrição de crescimento intrauterino em bebês ainda no útero. Também é usado para investigar dores abdominais agudas que podem indicar quadros como apendicite ou colecistite. Nestes casos, o ultrassom é a porta de entrada para um diagnóstico rápido e, se necessário, uma cirurgia de urgência.
Na área de Ginecologia e Obstetrícia, o exame é considerado um dos principais aliados do pré-natal. Ele acompanha a gestação desde os primeiros dias até o parto, monitorando o desenvolvimento fetal e identificando eventuais malformações ou riscos, como explica o médico Morales Fernando Martins Leite, coordenador da especialização em Ultrassonografia Geral da Unic Beira Rio.
Um dos recursos mais importantes nesse acompanhamento é o ultrassom morfológico, que pode suspeitar de síndromes genéticas e anomalias estruturais. Outros exames, como o Doppler fetal e das artérias uterinas, ajudam a prever condições graves, como pré-eclâmpsia e parto prematuro, além de avaliar o bem-estar do bebê e o risco de trabalho de parto precoce.
Ao longo dos anos, a ultrassonografia deixou de ser exclusiva da Obstetrícia e passou a ser aplicada em diversas especialidades. Na ortopedia, permite avaliar músculos, articulações e tendões. Na cirurgia vascular, auxilia no diagnóstico e tratamento de doenças graves. Também é usada em dermatologia, endocrinologia, reumatologia, pediatria e anestesiologia, ampliando suas possibilidades de atuação.
Essa versatilidade tem transformado o ultrassom em uma extensão dos sentidos clínicos dos médicos. Leve, portátil e sem radiação, o exame oferece imagens em tempo real, com precisão, segurança e de forma não invasiva, contribuindo diretamente para decisões clínicas mais rápidas e eficazes.
Em situações de urgência e emergência, como nas unidades de terapia intensiva e nos prontos-socorros, o ultrassom se consolidou como uma ferramenta de resposta imediata. É utilizado, por exemplo, para detectar líquido no tórax, sangue no abdome, falência cardíaca e avaliar sofrimento fetal em tempo real. Em pacientes politraumatizados, o protocolo FAST ajuda a identificar sangramentos internos com rapidez.
Com tantas aplicações, a ultrassonografia se tornou peça-chave na medicina moderna. Vai além de produzir imagens: antecipa riscos, orienta condutas, salva vidas. Em um contexto de avanços tecnológicos e demanda por diagnósticos cada vez mais precisos, o exame reafirma seu papel como um dos pilares da prática médica contemporânea.