Sexta-feira, 03 de outubro de 2025

Uma em cada 5 garrafas de uísque ou vodca vendida no País é falsificada, diz entidade

Uma a cada cinco garrafas de uísque ou de vodca vendida no Brasil é falsificada. O dado consta em um estudo realizado em 2024 pela Euromonitor International para a Associação Brasileira de Bebidas Destiladas (ABBD).

O levantamento ainda aponta que 28% do volume de bebidas destiladas comercializadas no Brasil são objetos de crimes como sonegação fiscal, contrabando ou descaminho, falsificação e produção sem registro.

Os dois principais métodos de falsificação, comumente encontrados no mercado, são o “refil” de garrafas de marcas reconhecidas utilizando produtos de baixo custo ou a falsificação a partir do uso de álcool impróprio (metanol) para consumo humano, colocando em risco a saúde dos consumidores.

A discrepância de preços é o principal atrativo: durante o estudo, foi identificado que produtos falsificados são, em média, 35% mais baratos. Em venda online, o preço do uísque falsificado chega a ser até 48% mais barato que o original.

João Garcia, gerente de consultoria da Euromonitor, aponta fatores que mantêm o ilícito relevante na categoria de bebidas: a alta carga tributária, a dificuldade de fiscalização em grandes territórios, a sofisticação crescente das redes criminosas e a disseminação de canais de venda informais e digitais que ajudam no escoamento desses produtos.

A Associação Brasileira de Combate à Falsificação (ABCF) levantou a possibilidade de que o metanol utilizado para adulterar bebidas possa ter origem em distribuidoras de combustíveis ligadas ao Primeiro Comando da Capital (PCC) que, após uma operação policial que coibiu o uso de metanol no combustível, teria repassado o produto para destilarias e distribuidoras de bebidas. Em coletiva no início da semana, o governador de SP descartou o elo com a facção.

Emergência médica

A intoxicação por metanol é uma emergência médica de extrema gravidade. A substância, quando ingerida, é metabolizada no organismo em produtos tóxicos (como formaldeído e ácido fórmico), que podem provocar a morte. Os principais sintomas são:

– visão turva ou perda da visão, podendo chegar à cegueira;

– mal-estar generalizado: náuseas, vômitos, dores abdominais e sudorese.

Casos

A Bahia registra o primeiro caso de morte suspeita de intoxicação por metanol no município de Feira de Santana. A informação foi confirmada nesta sexta-feira, 3, pela Secretaria da Saúde do Estado da Bahia e Secretaria Municipal de Saúde de Feira de Santana.

A vítima é um motorista de 56 anos. Ele deu entrada na UPA da Queimadinha no dia 28 de setembro e morreu na madrugada desta sexta-feira. Ainda não há informações sobre os sintomas apresentados.

“Amostras biológicas serão coletadas e encaminhadas para análise laboratorial, com resultado previsto em até sete dias, a fim de confirmar ou descartar a hipótese de intoxicação”, disse a secretaria estadual.

 

(Com O Estado de S.Paulo)

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