Domingo, 16 de novembro de 2025

Uma guerra – nada bélica – marcou a primeira semana da COP-30: a disputa entre os países para ver quem atraía mais atenção

Uma guerra – nada bélica – marcou a primeira semana da COP-30. A disputa entre os países era para ver quem atraía mais atenção na Zona Azul, com a inauguração dos pavilhões nacionais.

O soft power, conceito diplomático de exercer influência e poder de convencimento sem uso da força, entrou em cena como ferramenta de propaganda política. Logo nos primeiros dias, alguns países saíram na frente com apresentação de elementos culturais associados à promoção de seus governos.

A China, por exemplo, apostou na distribuição de brindes e adereços, como arcos com pandas e pandinhas de pelúcia, assim como chá de jasmim, a quem assistisse às palestras no seu pavilhão. Numa das entradas, havia uma exposição de livros do líder Xi Jinping, só para exibição.

Já o Paquistão usou a imagem de uma governante na linha sucessória do país, Maryam Nawaz, ministra-chefe do governo de Punjab, para promover o sistema de coleta de lixo apresentado como o “maior do mundo”, com monitoramento em tempo real. Ela foi pessoalmente à inauguração do espaço.

A Indonésia apostou em danças típicas e expôs o maior painel de LED da Zona Azul, com fotos recentes da visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Jacarta, abraçado e de mãos dadas com o presidente Prabowo Subianto.

O país do sudeste asiático foi o primeiro entre as nações florestais a anunciar uma contribuição igual à do Brasil (US$ 1 bilhão) ao Fundo Florestas Tropicais Para Sempre (TFFF).

Hanbok e karaokê

Cada vez mais influente na cultura pop, a Coreia do Sul apostou em experiências de cosplay. O governo ofertou uma arara com trajes típicos supercoloridos e estampados: a experiência de vestimenta tradicional coreana, a Hanbok. Esse tipo de resgate da cultura milenar virou febre em países asiáticos.

O Japão, por sua vez, expôs tecnologia de lentes e miniaturas de satélites. Portugal inaugurou seu espaço com um letreiro com tipologia antiga, com vinho tinto e verde, e um pocket show de canto alentejano do músico António Zambujo. E a Arábia Saudita vestiu delegados com trajes típicos e lenço xadrez vermelho e branco, o shemagh.

País de grupos musicais mundialmente famosos, como ABBA, Roxette e Swedish House Mafia, e berço da principal plataforma de streaming Spotify, a Suécia armou um karaokê climático. A ideia era promover um bate-papo ao som de músicas temáticas sobre ações do clima.

Espaço privilegiado

A disputa se deu, sobretudo, pela atenção dos participantes. Mas também por espaço privilegiado. Os governos da Turquia e da Austrália, que concorrem para ver quem vai ser sede da COP-31, em 2026, reservaram posições em frente ao estande do país-anfitrião, o Brasil, no corredor principal.

Turcos e australianos ficaram separados somente por uma parede. Enquanto Ancara apostou na distribuição de cartazes com caligrafia turca, Camberra honrou sua tradição de servir café expresso e lattes nas COPs. As informações são de O Estado de S. Paulo

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