Quinta-feira, 27 de novembro de 2025

Único a ir para a Penitenciária da Papuda, ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, terá cela individual

Dos oito réus condenados em definitivo pelo Supremo Tribunal Federal (STF) como integrantes do núcleo crucial da trama golpista, apenas um vai começar a cumprir a pena no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília: o ex-ministro Anderson Torres.

Torres foi ministro da Justiça e Segurança Pública do governo Jair Bolsonaro – e, em janeiro de 2023, assumiu a Secretaria de Segurança do DF dias antes dos atos golpistas de 8 de janeiro.

Como chefiou forças de segurança ao assumir esses cargos, Torres tem direito a uma cela especial, como as chamadas “salas de Estado-Maior”.

Relator do inquérito, o ministro Alexandre de Moraes determinou que ele comece a cumprir os 24 anos de prisão em uma dessas salas no 19º Batalhão da Polícia Militar do DF – a “Papudinha”, prédio militar que fica ao lado dos blocos principais da Papuda.

A estrutura

O Núcleo de Custódia da Polícia Militar (NCPM) é destinado a:

Militares estaduais que ainda mantêm vínculo com a corporação.
Presos militares aguardando eventual condenação que possa resultar na perda do cargo.
Civis com direito à Sala de Estado-Maior, conforme previsto em lei (ex.: advogados regularmente inscritos na OAB e autoridades) – é o caso de Torres.
O edifício fica a poucos metros das unidades da Papuda para presos comuns, no Jardim Botânico, e tem capacidade para 60 presos.

Até o começo de novembro, 52 pessoas cumpriam pena no 19º BPM.

O batalhão tem oito alojamentos coletivos, compostos por banheiro com box, chuveiro, cozinha, lavanderia, quarto e sala.

Torres, no entanto, ficará em uma cela individual.

Segundo a Polícia Militar, todas essas instalações foram reformadas em 2020. As celas “são ventiladas e passam por higienização diária”, segundo a corporação.

Todos os presos podem receber itens de higiene, limpeza, enxoval e roupas definidos pela administração penitenciária, de forma igual para todos.

Também é permitido acesso a televisores e ventiladores, de acordo com o regramento da unidade prisional.

Visitas, leitura e pista de caminhada

Segundo a Polícia Militar do DF, responsável pelo prédio, o 19º Batalhão oferece “condições adequadas, seguras e humanizadas de custódia, em conformidade com a Lei de Execução Penal e demais normas vigentes”.

Há, por exemplo, uma área de esportes e uma pista de caminhada exclusiva para os internos.

Os detentos têm direito a visitas duas vezes por semana – o calendário é o mesmo para todos os presos na Papudinha e divulgado com antecedência. “A visita íntima segue as regras da execução penal”, completa a PM.

Ainda de acordo com a Polícia Militar:

há atendimento médico periódico, “com consultório próprio e monitoramento contínuo da saúde”;
o cardápio de quem está na Sala de Estado-Maior, como Anderson Torres, é “diferenciado” em relação aos dos demais detentos;
é possível usar a leitura e o trabalho para abater tempo de cumprimento da pena;
a Capelania da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros atua diariamente no espaço, “oferecendo apoio espiritual e orientação”;

“O tratamento é humanizado e preserva a integridade física, moral e psicológica dos internos, com observância rigorosa dos direitos fundamentais”, diz a PM. Com informações do portal G1.

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