Sábado, 19 de julho de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 18 de julho de 2025
De janeiro a junho, 29.651 dos 35 mil apenados do sistema prisional no Rio Grande do Sul receberam dose da vacina trivalente contra a gripe, que protege contra os subtipos H1N1, Influenza B e H3N2. A estatística divulgada nessa sexta-feira (18) pela Secretaria dos Sistemas Penal e Socioeducativo (SSPS) leva em conta os detentos dos regimes fechado e sembiaberto.
O contingente imunizado corresponde a aproximadamente 80% do público-alvo, incluído entre os grupos prioritários da estratégia definida pelo Ministério da Saúde. Agentes penitenciários e outros trabalhadores dessas instituições também constam na lista.
A inclusão de servidores penais no grupo prioritário se justifica pelo risco aumentado de exposição. Isso porque eles atuam diretamente nos estabelecimentos penitenciários e, muitas vezes, em contato próximo com internos.
A alta densidade populacional, a ventilação limitada e a circulação restrita são condições que aumentam o risco de surtos de influenza e outras infecções virais, com possibilidade de rápida disseminação. Além disso, muitos apenados apresentam histórico de acesso limitado à saúde, presença de comorbidades, uso de substâncias psicoativas e baixa cobertura vacinal anterior, o que potencializa os riscos associados a essa e outras doenças.
De acordo com o superintendente da SSPS, Sergio Dalcol, a saúde dos servidores é uma preocupação constante da instituição: “Trabalhamos muitas vezes em ambientes fechados e se torna importante que os colegas se previnam, seja acessando a vacina nas unidades das casas prisionais ou fora”.
“Temos responsabilidade com as pessoas que estão sob custódia do Estado. As casas prisionais promoveram ações para ampliar a cobertura vacinal e garantir que o sistema não seja multiplicador de doenças que podem interferir, também, do lado de fora dos muros”, explica o titular da pasta, Jorge Pozzobom.
Doenças respiratórias
Quem recebe a picada no braço continua com a possibilidade de contrair gripe. Mas fica menos sujeita a complicações respiratórias, hospitalizações e óbitos relacionados à infecção pelo vírus influenza, daí a importância da dose.
“No sistema prisional, a imunização adquire ainda maior relevância diante das vulnerabilidades e especificidades da população privada de liberdade e de seus trabalhadores”, alerta a diretora do Departamento de Tratamento Penal, Rita Leonardi.
Ainda conforme Rita, a vacinação no sistema prisional reafirma o compromisso da Polícia Penal com a saúde coletiva: “Ao se vacinar, protegemos também quem está ao nosso redor. Em ambientes de alta circulação viral, como os presídios, a imunização é um pilar essencial para a prevenção de surtos e para a garantia do direito à saúde”.
(Marcello Campos)