Segunda-feira, 17 de março de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 8 de julho de 2022
A desvalorização do euro acelerou no final dessa semana, chegando a ser negociada abaixo de 1,01 dólar pela primeira vez desde o fim de 2002. O tombo da moeda europeia se deve principalmente aos temores de uma recessão global. A inflação também tem colocado pressão sobre o euro.
A movimentação aproxima o euro da paridade com o dólar. Isso não ocorria desde a criação da moeda europeia em 1999 (primeiro como moeda escritural e, posteriormente, a partir de 1º de janeiro de 2002, como moeda corrente). O euro chegou a seu ponto mais baixo em 5 de julho de 2001, quando foi negociado a 0,8380 dólar.
Medo da recessão
A queda do euro está ligada aos temores crescentes de uma recessão nos 19 países da zona do euro. Pesquisas indicaram uma desaceleração do desenvolvimento dos negócios em toda a União Monetária. Os dados sugerem que a região pode entrar em declínio à medida que o aumento do custo de vida reduz o consumo.
No início da semana, o vice-presidente do Banco Central Europeu, Luis de Guindos, alertou que a economia da eurozona pode enfrentar uma recessão, se a indústria for forçada a se ajustar à escassez de energia.
Os preços do gás na Europa atingiram o pico mais alto em quatro meses, em meio a preocupações com a oferta, após a suspensão parcial do fornecimento por parte da Rússia.
A queda do euro também está atrelada a um aumento no valor do dólar americano, em meio a expectativas de alta maior das taxas de juros nos EUA. A agressividade da estratégia americana contrasta com a do Banco Central Europeu, que planeja aumentos mais moderados das taxas de juros.
Moeda americana
O fato de o euro estar tão fraco em relação ao dólar sempre tem relação com a avaliação da moeda americana. “O Banco Central americano, o Fed, está definindo o ritmo novamente”, explica o ex-economista-chefe da Allianz Michael Heise. A instituição está tomando medidas contra a inflação e já começou a aumentar as taxas de juros.
Por vezes isso chegou a assustar o mercado de ações, que temia uma recessão nos Estados Unidos, diz Marten. Mas agora os olhos estão voltados para a Europa: se a economia americana entrar em colapso, a recessão também atingirá o continente europeu.
Levantamento do Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgado em maio de 2021 aponta que o dólar representa 59% das reservas internacionais de outros países. O euro, desde sua criação, tem flutuado em torno de 20%.