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Por Redação do Jornal O Sul | 26 de maio de 2022
Um estudo conduzido por cientistas ligados aos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC) alertou em 2018 que o “ressurgimento da varíola dos macacos na Nigéria” era “uma preocupação global de segurança sanitária”.
“A Nigéria está atualmente enfrentando o maior surto documentado de varíola humana na África Ocidental. Durante a última década, mais casos humanos de varíola foram relatados em países que não relataram a doença em várias décadas. Desde 2016, casos foram confirmados na República Centro-Africana (19 casos), República Democrática do Congo (mais de 1 mil notificados por ano), Libéria (dois), Nigéria (mais de 80), República do Congo (88) e Serra Leão (um)”, escreveram os especialistas na época.
Segundo eles, o aumento aparente de casos de varíola dos macacos humana em uma ampla área geográfica, o potencial de disseminação e a falta de vigilância confiável “aumentaram o nível de preocupação com essa zoonose emergente”.
No estudo, os cientistas lembraram que, em novembro de 2017, a Organização Mundial da Saúde (OMS), em colaboração com o CDC, organizou uma consulta informal sobre a varíola com pesquisadores, parceiros globais de saúde, ministérios da saúde e especialistas em ortopoxvírus para revisar e discutir a varíola de macacos humana em países africanos “onde os casos tinham sido detectados e também identificar componentes de vigilância e resposta que precisam ser melhorados”.
Eles também destacaram que a varíola dos macacos endêmica em humanos foi notificada em mais países “na última década do que nos 40 anos anteriores”.
“Desde 2016, casos confirmados de varíola dos macacos ocorreram na República Centro-Africana, República Democrática do Congo, Libéria, Nigéria, República do Congo e Serra Leoa e em chimpanzés cativos em Camarões. Muitos países com varíola endêmica carecem de experiência recente e conhecimento específico sobre a doença para detectar casos, tratar pacientes e impedir a propagação do vírus.”
“Melhorias específicas na capacidade de vigilância, diagnóstico laboratorial e medidas de controle de infecção são necessárias para lançar uma resposta eficiente.”
“Além disso, as lacunas no conhecimento sobre a epidemiologia e a ecologia do vírus precisam ser abordadas para projetar, recomendar e implementar as medidas de prevenção e controle necessárias.”
No surto atual, Grã-Bretanha, Portugal, Espanha, Estados Unidos e Canadá estão entre os países com casos suspeitos ou já identificados. Ao todo, 22 países somam mais de 300 casos confirmados da doença, que se espalha, sobretudo na Europa, desde o começo de maio.
Os sintomas iniciais da varíola dos macacos incluem febre, dor de cabeça, dores musculares, dores nas costas, linfonodos inchados, calafrios e exaustão. Lesões na pele se desenvolvem primeiramente no rosto e depois se espalham para outras partes do corpo, incluindo os genitais. As lesões na pele parecem as da catapora ou da sífilis até formarem uma crosta, que depois cai.