Segunda-feira, 22 de dezembro de 2025

Veja cinco lições que aprendemos com a pandemia para evitar novas ondas e doenças

Desde março de 2020, uma série de mudanças – como uso de máscaras, ventilação dos ambientes, obrigatoriedade de testes, medidas restritivas, entre muitos outros hábitos – foram incorporadas no cotidiano de milhões de brasileiros. Mais de dois anos depois, com o avanço da vacinação e uma consequente menor gravidade da covid-19, a situação epidemiológica da pandemia melhorou e diversas práticas ficaram pelo caminho. Porém, o recente aumento de casos, com testes positivos em farmácias do país disparando 326% no último mês, acende um alerta.

Especialistas apontam alguns costumes que se tornaram – ou ao menos deveriam se tornar – aprendizados permanentes para evitar novas ondas da doença e avanços de outros patógenos.

São cinco pontos listados por profissionais da epidemiologia, infectologia e saúde pública para frear a transmissão das doenças transmissíveis no País.

1. Calendário vacinal em dia – Hoje é unânime entre os especialistas que o mais importante é manter o calendário vacinal atualizado. Isso porque as novas subvariantes da Ômicron – como a BA.2, que é prevalente no Brasil; a BA.4 e BA.5, que levaram ao aumento de casos na África do Sul, e a BA.2.12.1, por trás da nova onda nos Estados Unidos – têm um potencial maior de reinfecção.

Por isso, essas sublinhagens, junto à queda da proteção induzida pela vacina com o passar dos meses, têm motivado o crescimento dos testes positivos, mesmo entre imunizados. Ainda assim, os especialistas ressaltam que, quando contemplada com todas as doses indicadas da vacina, a pessoa tem um risco muito menor de desenvolver formas graves da doença.

No entanto, a proteção só é garantida com o esquema completo, ou seja, duas doses para crianças de 5 a 11 anos; três doses para aqueles com mais de 12 anos e quatro para os acima de 50. No caso dos imunossuprimidos, há ainda a indicação de uma dose adicional além dessas.

Segundo um levantamento do Ministério da Saúde, ao menos 46 milhões dos brasileiros adultos ainda não receberam a dose de reforço, considerada essencial para uma resposta imune adequada contra a variante Ômicron.

2. Uso de máscaras – Apesar da série de mudanças nas recomendações dos estados e municípios sobre o uso de máscaras, os especialistas concordam em relação a determinados espaços e situações em que elas ainda não deveriam ser completamente liberadas. É o caso de ambientes com aglomerações, locais fechados e, principalmente, de pessoas com sintomas respiratórios.

A doutora em Epidemiologia das Doenças Transmissíveis pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Andrea Von Zuben, professora do programa de pós-graduação em Saúde Coletiva da universidade, reforça que muitas pessoas dispensam o item por acreditar que os sintomas são de gripe ou resfriado.

3. Testagem em caso de contato com infectado ou sintomas – A confusão com outras infecções respiratórias pode levar não apenas os contaminados a deixarem de usar a máscara, como também a não realizar o período de isolamento social orientado pelas autoridades de saúde.

Por isso, o doutor em Doenças Infecciosas e Parasitárias pela USP e professor de infectologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) Kleber Luz, que também é consultor internacional da Organização PanAmericana da Saúde (OPAS) para arboviroses, destaca a importância de se realizar o teste no caso de sintomas ou de contato com uma pessoa infectada.

4. Vigilância de fronteiras – Um fator importante para evitar a disseminação do vírus é uma forte vigilância em áreas de fronteiras, como aviões e aeroportos, destaca Andrea Von Zuben. Por isso, na recente atualização das regras vigentes, a Anvisa decidiu pela manutenção da obrigatoriedade do uso de máscaras nesses locais. Além disso, a depender do local de destino da viagem, ainda é requerido o resultado de um teste negativo antes de embarcar.

A epidemiologista ressalta que isso é necessário pois muitas doenças, como a covid-19 e a varíola dos macacos, estão se espalhando pelo mundo de forma cada vez mais rápida.

5. Investimento em vigilância genômica – O cenário de alta circulação do Sars-CoV-2, vírus causador da Covid-19, também propicia que o vírus passe por uma série de mutações que o tornem mais transmissível ou aumentem o potencial para escapar dos anticorpos de infecções anteriores ou da vacina.

Por isso, é importante saber qual é a cepa predominante no momento, identificar de forma rápida se uma outra variante que está provocando aumento de casos em outros países chegou ao Brasil e também qual é o comportamento dessas novas versões do vírus em relação à gravidade da doença e à disseminação.

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