Quarta-feira, 05 de novembro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 20 de agosto de 2025
O deputado Pedro Paulo (PSD-RJ), relator da reforma administrativa, vai propor limites para os chamados “penduricalhos” do funcionalismo, que muitas vezes ultrapassam o teto constitucional e pesam nos cofres públicos. A reforma vai tornar temporários os auxílios não inerentes, como alimentação e transporte, e vetar pagamentos retroativos.
“Tem que limitar o montante para não duplicar, triplicar o salário e capturar o restante do Orçamento. Precisamos estabelecer limites e que esses auxílios sejam temporários”, disse o parlamentar.
Pedro Paulo tem buscado ouvir as bancadas, a fim de construir um acordo amplo que leve o projeto direto ao plenário, evitando alterações que possam enfraquecer a reforma. Ele ainda deve reunir-se com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva antes da votação, prevista para setembro.
Além dos penduricalhos, a proposta prevê o fim das férias de 60 dias para juízes e magistrados e progressão baseada em desempenho, com bônus condicionados ao cumprimento de metas. Veja a seguir alguns dos principais pontos.
Extrateto e meta: o texto endurece o controle sobre verbas indenizatórias, reduzindo os chamados penduricalhos que elevamos salários acima do teto constitucional. Também estabelece progressão baseada em desempenho, com avaliações periódicas como requisito para promoções. E prevê um 14º salário condicionado ao cumprimento de metas e bônus por resultados. Por fim, metas coletivas poderão gerar bônus temporários, sem incorporação aos vencimentos.
Férias: juízes e magistrados não terão mais direito a dois meses de férias por ano.
Contratos temporários: a proposta limita a duração dos contratos temporários a cinco anos e prevê uma quarentena de 12 meses antes de eventual recontratação. Outro ponto é facilitar a contratação temporária, inclusive para funções específicas, como brigadistas, e criar um cadastro nacional de temporários, extensível a Estados e municípios.
Trabalho remoto: ficará restrito a um dia por semana, reforçando a presença física nas repartições.
Secretarias municipais: projeto define teto para o número de secretarias em municípios que dependam de mais de 50% de repasses federais. E ainda limita salários de secretários a 20% da remuneração dos governadores.
Concurso público: o Concurso Nacional Unificado (CNU) pode ser ampliado para vagas em Estados e municípios, o que reduzirá custos. O objetivo é fortalecer a transparência e unificar os processos seletivos.
Avaliação de desempenho: a reforma prevê que os servidores tenham avaliação periódica, com bonificação para cumprimento de metas. O foco é na meritocracia, garante o relator; não há previsão de demissão por baixa performance.
Tabela única de remuneração: será criada uma tabela única para cargos e salários, com período de transição. Isso vai corrigir distorções salariais, reduzir desigualdades entre funções semelhantes e aumentar a transparência. O salário de ingresso será limitado a aproximadamente metade daquele recebido por quem está no teto da carreira.
Transparência e metas: chefes de governo (presidentes, governadores e prefeitos) terão até 180 dias após a posse para apresentar plano de metas para todo o mandato de quatro anos. O plano visa acompanhar resultados e alinhar políticas públicas com metas claras.
Atos rastreáveis e digitalização: a reforma prevê a criação de identidade única para servidores. Os atos terão de ser digitais rastreáveis, o que aumentará a transparência e o controle.