Sexta-feira, 10 de outubro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 9 de outubro de 2025
O ministro Luís Roberto Barroso anunciou nesta quinta-feira (9) a aposentadoria antecipada do Supremo Tribunal Federal (STF). O magistrado já vinha dando sinais de que deixaria a Corte, o que já despertou as articulações em torno da sucessão. A saída estava prevista apenas para 2033, quando Barroso completará 75 anos.
Nos bastidores, quatro nomes despontam como favoritos para ocupar a cadeira de Barroso.
Jorge Messias
O mais forte é o do advogado-geral da União, Jorge Messias, considerado homem de confiança de Lula e com perfil técnico e político alinhado ao governo. Messias tem 45 anos e, se indicado, poderia permanecer na Corte por até três décadas.
Rodrigo Pacheco
Outro nome com força é o do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), ex-presidente do Senado e aliado próximo de ministros como Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes. Pacheco é visto como uma escolha que agradaria a setores do Judiciário e do Legislativo, mas Lula ainda avalia mantê-lo como candidato ao governo de Minas Gerais em 2026, o que poderia adiar sua ida ao STF.
Bruno Dantas
Também está no radar o ministro do Tribunal de Contas da União, Bruno Dantas, que tem bom trânsito político e é próximo ao Planalto.
Vinícius Carvalho
Outro cotado é o ministro da Controladoria-Geral da União, Vinícius Carvalho, que ganhou destaque pela atuação em temas de integridade pública.
Despedida de Barroso
Em eventos públicos, Barroso já vinha dando sinais de que poderia deixar a Corte.
“Estou há 12 anos e mais de três meses e posso ficar ainda mais oito anos. É muito difícil deixar o Supremo, que é, para quem gosta do Brasil, tem compromissos com o Brasil, como eu tenho, é um espaço relevante. Mas há outros espaços relevantes na vida brasileira, de modo que eu estou considerando todas as possibilidades, inclusive a de ficar, disse Barroso nesta semana.
A aposentadoria de Barroso estava prevista inicialmente para 2033 — quando completaria 75 anos. O ministro afirmou que fará um “retiro espiritual” ainda este mês para definir os detalhes da saída, mas já havia comunicado sua intenção de deixar o cargo ao presidente Edson Fachin e a ministros do STJ.
Indicado ao Supremo em 2013 pela então presidente Dilma Rousseff, Barroso chegou à Corte após uma carreira marcada pela defesa de causas constitucionais e de direitos fundamentais. Ao longo de seus 12 anos como ministro, relatou casos de grande repercussão, como a suspensão de despejos durante a pandemia, a autorização de transporte gratuito nas eleições de 2023, e a limitação do foro privilegiado para autoridades públicas.
Também esteve à frente de ações que discutiram o porte de maconha para uso pessoal e foi o responsável por acompanhar as execuções da ação penal que puniu os envolvidos no mensalão. Como presidente do STF, coordenou o tribunal durante o julgamento que levou à condenação de envolvidos na tentativa de golpe de Estado em 8 de janeiro, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro.