Domingo, 12 de outubro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 11 de outubro de 2025
A líder da oposição venezuelana María Corina Machado usou seu perfil no X para comemorar o Nobel da Paz. Ela dedicou o prêmio “ao povo sofredor da Venezuela” e ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano), afirmando que a honraria é um incentivo para “concluir a tarefa” de “conquistar a liberdade”.
“Estamos no limiar da vitória, e hoje, mais do que nunca, contamos com o presidente Trump, o povo dos EUA, os povos da América Latina e as nações democráticas do mundo como nossos principais aliados para alcançar a liberdade e a democracia. Dedico este prêmio ao povo sofredor da Venezuela e ao presidente Trump por seu apoio decisivo à nossa causa!”, publicou Corina.
Segundo o Comitê Norueguês do Nobel, Corina foi escolhida por “seu trabalho incansável promovendo os direitos democráticos para o povo da Venezuela e por sua luta para alcançar uma transição justa e pacífica da ditadura para a democracia”. Ela é a principal líder de oposição ao governo de Nicolás Maduro (PSUV, esquerda).
María Corina, de 58 anos, vem há anos fazendo campanha contra o governo do presidente Nicolás Maduro, que acumula acusações de organizações de direitos humanos e cuja vitória na última eleição não foi reconhecida como legítima por diversos países, entre eles o Brasil.
Impedida de concorrer nas eleições presidenciais do ano passado, nas quais Maduro conquistou um terceiro mandato de seis anos, María Corina conseguiu unir a oposição em torno de um único candidato, Edmundo González, trazendo esperança de mudança para milhares de venezuelanos.
No cenário internacional, a líder oposicionista é elogiada por seu discurso pró-democracia e pró-liberdades e é vista como uma chance de alternância de poder em relação ao chavismo, que governa a Venezuela desde 1997.
Apoio a ação militar
Especialistas que acompanham o país lembram, em entrevista à BBC News Brasil, que, internamente, a visão sobre María Corina tem mais matizes e ela enfrenta ressalvas até de oposicionistas, por algumas estratégias usadas no passado e dada sua proximidade histórica com os governos dos EUA e, agora, com o governo Trump.
María Corina tem apoiado o envio de navios militares dos EUA em direção à costa venezuelana pelos Estados Unidos e a estratégia de explodir barcos que eles considerem levar drogas para território americano.
O governo Trump ainda não apresentou provas e detalhes sobre quem ou o que estava a bordo desses barcos, numa ofensiva que começou em setembro.
Os ataques no Caribe têm provocado condenação em países como Venezuela e Colômbia, além de críticas do governo brasileiro. Alguns juristas os classificam como uma violação do direito internacional.
Em entrevista à Fox News, María Corina afirmou que a medida de Trump contra a Venezuela era “decisiva”.
“Estamos em um momento decisivo para as Américas. O que está acontecendo na Venezuela, fruto da firme postura do presidente Trump em desmantelar essa estrutura criminosa, está tendo um impacto enorme”, afirmou.
Em outra entrevista com Fox News, desta vez em espanhol, Corina diz que seu movimento político está preparado para assumir o poder na Venezuela em caso de queda de Maduro, uma posição que ela repetiu no X:
“Estamos prontos para uma transição ordenada e pacífica rumo à democracia. Vamos tomar o controle territorial e institucional com os melhores venezuelanos”, escreveu.