Sexta-feira, 29 de março de 2024

Vendas do comércio brasileiro caem pelo segundo mês seguido, e setor fecha o terceiro trimestre no vermelho

As vendas do comércio varejista caíram 1,3% em setembro, na comparação com agosto, na segunda retração mensal consecutiva, fechando o 3º trimestre no vermelho, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (11) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Na comparação com setembro do ano passado, a queda foi de 5,5% – também a segunda seguida. O setor fechou o 3º trimestre com queda de 0,4% na comparação com o segundo trimestre. O IBGE também revisou o resultado de agosto para uma queda de 4,3%, tombo mais intenso que o recuo de 3,1% da leitura inicial.

“Esse segundo mês de queda vem com intensidade razoável, mas em menor amplitude que agosto (-4,3%). Depois da grande queda de abril do ano passado, início da pandemia, veio uma recuperação muito rápida que levou ao patamar recorde de outubro e novembro de 2020. Depois tivemos um primeiro rebatimento com uma nova queda forte em dezembro e dois meses variando muito próximo do mesmo nível pré-pandemia, até março, mês a partir do qual houve nova trajetória de recuperação. Desde fevereiro de 2020, o setor vive muita volatilidade”, disse o gerente da PMC, Cristiano Santos.

Com a nova queda em setembro, o patamar de vendas do varejo retrocedeu, segundo o IBGE, a “níveis comparáveis a abril de 2021 e fevereiro de 2020”.

Perda de fôlego

No ano, setor ainda acumula crescimento de 3,8%. Em 12 meses até setembro, alta desacelerou para 3,9%, contra 5% nos 12 meses imediatamente anteriores, evidenciando a perda de fôlego da economia.

Maiores quedas

Entre as oito atividades pesquisadas, seis tiveram retração em setembro. As quedas mais intensas foram Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-3,6%), Móveis e eletrodomésticos (-3,5%), Combustíveis e lubrificantes (-2,6%). A atividade de maior peso no índice, hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, registrou queda de -1,5% nas vendas.

Perspectivas

“A atividade segue frágil na margem que depois de ter se recuperado fortemente após a pandemia mostra falta de tração”, avaliou o economista da Necton, André Perfeito.

A inflação persistente, a crise hídrica, o desemprego ainda elevado e as elevadas incertezas fiscais e politicas têm piorado as perspectivas para a economia brasileira. O mercado financeiro tem revisado para baixo as projeções de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) e elevado as estimativas para a inflação e para a taxa básica de juros (Selic).

A inflação atingiu 10,67% no acumulado em 12 meses até outubro, acima do esperado. Na semana passada, o IBGE mostrou que a produção industrial registrou a 4ª queda seguida em setembro, fechando 3º trimestre com retração de 1,7%.

A confiança dos empresários registrou leva alta em outubro, mostrando uma acomodação e reforçando a leitura de desaceleração da recuperação da economia, segundo sondagem da FGV (Fundação Getulio Vargas).

A expectativa do mercado financeiro para o crescimento da economia em 2021 está atualmente em 4,93%, segundo a última pesquisa Focus do Banco Central, após tombo de 4,1% em 2020. Para 2022, a média das projeções está em 1%.

O mercado projeta atualmente uma Selic em 9,25% ao ano no fim de 2021. Entretanto, para o fim de 2022, os economistas subiram a expectativa para a taxa Selic para 11% ao ano, o que pressupõe crédito mais caro e mais freios para o consumo e investimentos.

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