Sábado, 18 de outubro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 17 de outubro de 2025
O governo da Venezuela pediu na quinta-feira (16) ao Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) que investigue os recentes ataques dos Estados Unidos contra embarcações no Mar do Caribe e “determine sua natureza ilegal”. Solicitou também que o órgão ressalte que essas ações representam uma “ameaça” à paz na América Latina e no Caribe.
O pedido faz parte de uma carta que o representante permanente da Venezuela na ONU, Samuel Moncada, enviou ao secretário-geral da entidade, António Guterres, e ao atual presidente do Conselho de Segurança e representante russo, Vasily Nebenzya.
Moncada leu parte do documento em uma coletiva de imprensa na quinta-feira, explicando que o pedido de Caracas ao Conselho consiste em três pontos. Isso ocorre após os Estados Unidos realizarem o quinto ataque a embarcações no Caribe na terça-feira (14), alegando estar combatendo o narcotráfico.
Pelo menos 27 pessoas já morreram nos ataques. Sem apresentar provas, os Estados Unidos alegaram que elas eram traficantes de drogas. Em contraste, Venezuela e Colômbia afirmaram que algumas das embarcações transportavam pescadores de seus países sem qualquer ligação com atividades criminosas.
Moncada afirmou que o primeiro ponto do pedido da Venezuela é que o Conselho de Segurança “investigue a série de assassinatos que o governo dos Estados Unidos da América vem perpetrando em nossa região e determine sua natureza ilegal”.
O representante explicou que o segundo ponto é “confirmar a ameaça que essas ações ilícitas representam para a preservação da paz na América Latina e no Caribe, incluindo execuções extrajudiciais, o aumento de forças militares, a retórica belicosa contra a Venezuela e as operações clandestinas da CIA”.
Este último aspecto faz alusão ao fato de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter anunciado na quarta-feira (15) que havia autorizado a CIA a operar na Venezuela para, segundo ele, interromper o fluxo de drogas e imigrantes sem documentos para os EUA.
Por fim, o terceiro ponto do pedido da Venezuela é que o Conselho de Segurança emita “uma declaração reafirmando o princípio do respeito irrestrito à soberania, independência e integridade territorial da Venezuela como base indispensável para a preservação da paz”.