Segunda-feira, 21 de julho de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 20 de julho de 2025
A viagem do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) à Europa repercutiu nas redes sociais. O parlamentar deixou o Brasil nesta quinta-feira (17/7), véspera de uma nova fase da operação da Polícia Federal (PF) que atingiu diretamente o pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro.
A ausência de Flávio provocou reações. O deputado federal André Janones (Avante-MG), suspenso do mandato pelo Conselho de Ética, acusou o senador de ter saído do país para escapar de eventual prisão. “Mais um covarde foge como um rato para não ser preso!”, publicou. Segundo ele, Flávio “entrou em desespero” e foi para Lisboa “na tentativa de escapar da justiça”.
Flávio Bolsonaro rebateu com ironia. “Já que me deram o trabalho de vir aqui dizer que esses ZORATES são dois ALDRABÕES, vou dar trabalho pra vocês também! Vão pesquisar no Google o que é ‘zorate’ e ‘aldrabão’ e respondam aqui nos comentários, por obséquio”, escreveu, também no X (antigo Twitter).
A viagem, confirmada pela assessoria do parlamentar à Agência Brasil, ocorreu um dia antes de a Polícia Federal cumprir mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao ex-presidente. Flávio embarcou no voo TP58, que saiu de Brasília às 17h10 com destino a Lisboa, onde desembarcou na sexta-feira (18).
Após a operação, já fora do Brasil, Flávio Bolsonaro publicou nova mensagem de apoio ao pai. “Fica firme, pai, não vão nos calar!”, escreveu, num tom semelhante ao adotado por Eduardo Bolsonaro (PL-SP), em Washington, onde já declarou que não retornará ao Brasil “até que a liberdade volte a existir”.
A assessoria de imprensa confirmou que o senador está em deslocamento, mas não detalhou o itinerário nem o objetivo da viagem. O senador está oficialmente em recesso parlamentar — iniciado justamente na sexta-feira.
Relembre detalhe da operação contra Bolsonaro
Na manhã de sexta, Jair Bolsonaro foi levado pela PF à Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal para instalação de tornozeleira eletrônica. A Justiça determinou ainda que o ex-presidente permaneça em casa no período noturno (das 19h às 7h), fique impedido de manter contato com outros investigados, além de Eduardo, não utilize redes sociais e não receba diplomatas e embaixadores estrangeiros. Agentes também apreenderam documentos, dólares e um pen drive em sua residência.
Em paralelo, o deputado federal Eduardo, que se encontra há semanas nos Estados Unidos, intensificou sua agenda de encontros com parlamentares republicanos. Em seus discursos no exterior, Eduardo tem denunciado o que chama de “ditadura disfarçada de democracia” no Brasil e busca apoio para pressionar por anistia aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro. Ele também vem questionando decisões do Supremo Tribunal Federal e criticando a atuação do ministro Alexandre de Moraes, responsável pelos principais inquéritos que envolvem o ex-presidente.
A movimentação dos filhos de Bolsonaro fora do país — um em solo americano, outro agora na Europa — acontece num momento em que a cúpula do bolsonarismo enfrenta dificuldades jurídicas crescentes e perda de articulação no cenário político. As informações são do portal Correio Braziliense.