Sexta-feira, 07 de novembro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 6 de novembro de 2025
O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, disse nessa quinta-feira (6) que o governo espera uma redução da taxa de juros na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Por unanimidade, o comitê manteve na quarta-feira (5) a taxa Selic (juros básicos da economia) em 15% ao ano.
“A taxa de juros está muito elevada. Esperamos que na próxima reunião do Copom ela já comece a curva de redução, ela retrai a atividade econômica, especialmente bens duráveis de custo mais alto, mas acho que será transitório. Estamos tendo grandes investimentos no Brasil”, disse, ao participar de evento em Minas Gerais.
Alckmin citou que o País tem uma safra agrícola recorde, com percentual 17% acima, queda do dólar e da inflação, como importantes indicadores econômicos.
“O que é muito bom, porque ajuda a baixar o preço de alimentos”, pontuou. “Também caiu o dólar, então isso ajuda a cair a inflação”.
A próxima reunião do Copom será nos dias 9 e 10 de dezembro.
Selic
Em nota, o Banco Central informou que o ambiente externo se mantém incerto por causa da conjuntura e da política econômica nos Estados Unidos, com reflexos nas condições financeiras globais, o que levou à manutenção da taxa de juros.
No Brasil, destacou o comunicado, a inflação continua acima da meta, apesar da desaceleração da atividade econômica, o que indica que os juros continuarão alto por bastante tempo.
Foi a terceira reunião seguida em que o Copom manteve os juros básicos. A taxa está no maior nível desde julho de 2006, quando estava em 15,25% ao ano.
COP30
Com o início da Conferência do Clima das Nações Unidas de 2025 (COP30), em Belém (PA), Alckmin disse que o evento traz o desafio de atingir os objetivos do Acordo de Paris. O Brasil apresentou NDCs (Contribuições Nacionalmente Determinadas) para uma redução de CO2 e gases de efeito estufa entre 59% e 67%. “É uma proposta ousada, mas ela é realista, é factível”, sustentou.
“No caso do Brasil, a maior emissão é o desmatamento, porque um hectare que você desmata e queima emite 300 toneladas de carbono. E nós vimos, infelizmente, um desmatamento alto na região amazônica. Então, isso reverteu de dois anos para cá. Estamos com menor desmatamento e a meta é desmatamento ilegal zero e recompor a floresta”.
Ele ainda disse que o governo está “otimista” com o Fundo de Floresta Tropical para Sempre (TFFF, na sigla em inglês). “Você tem um fundo de recursos para investir nas florestas tropicais. Acho que nós vamos avançar. O planeta tem urgência, a questão do aquecimento global é uma realidade. E para nós, que vivemos no trópico, as consequências são ainda maiores”.
O vice defendeu a importância de, na COP, as autoridades globais avançarem no combate às mudanças climáticas. “O Brasil está dando um bom exemplo. Quem é que tem 30% de etanol na gasolina? Acabamos de passar de 27% para 30%. Quem tem 15% de bio no diesel? Só o Brasil. E vamos ser o grande protagonista do SAF, do combustível de aviação sustentável, para substituir o querosene”. (Com informações da Agência Brasil e de O Estado de S. Paulo)