Terça-feira, 15 de julho de 2025

Vice-presidente Geraldo Alckmin fala em empenho para reverter tarifas de Trump em reunião com empresários

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), Geraldo Alckmin, iniciou a primeira reunião do comitê com o setor produtivo afirmando que o governo trabalha para reverter as tarifas de 50% anunciadas pelos Estados Unidos contra o Brasil. Alckmin classificou a decisão do governo americano como absolutamente inadequada.

“Os Estados Unidos têm déficit na balança comercial com boa parte do mundo, mas têm superávit na balança comercial com o Brasil. Tanto no setor de serviços quanto de bens”, apontou o vice-presidente. Alckmin destacou ainda que o superávit dos americanos tem longa data, se mantendo há 15 anos.

O vice-presidente disse que o governo brasileiro dialogou ainda com representantes do setor industrial americano que podem ser afetados pela elevação das tarifas.

“Nós conversamos com os parceiros americanos do setor industrial para eles também se envolverem nesse trabalho, mostrando que isso não só encarece, prejudica a economia brasileira, mas também encarece os produtos americanos. E ainda mais com a questão da exiguidade do tempo”, disse durante a reunião.

Alckmin reforçou ainda que o governo brasileiro está empenhado para resolver a questão das tarifas e disse que a intenção é ouvir as sugestões de todos os setores envolvidos. “É importante a participação de cada um de vocês nas suas áreas específicas para a gente fazer um trabalho aqui bem conjunto”, finalizou.

O nomeado Comitê Interministerial de Negociação e Contramedidas Econômicas e Comerciais foi oficializado no decreto que regula a Lei de Reciprocidade Econômica (Lei 15.122/25). A reunião desta terça-feira conta com a presença de 18 executivos de diferentes setores. O comitê realiza uma segunda reunião ainda nesta terça, quando o foco será o agronegócio.

Na semana passada, a Secretaria de Política Econômica (SPE), do Ministério da Fazenda, avaliou que o impacto do aumento das tarifas de importação dos Estados Unidos para o Brasil de 10% para 50% tende a ser pouco significativo no crescimento de 2025, embora alguns setores da indústria de transformação possam ser especialmente prejudicados. A análise constou no Boletim Macrofiscal divulgado na última sexta-feira, 11.

Acordo de prorrogação

O governo aguarda o fim das duas reuniões que terá nesta terça-feira com o setor privado para garantir um consenso sobre uma solicitação aos Estados Unidos para que haja prorrogação do prazo de três meses para o início da vigência da sobretarifa. Pela determinação do presidente Donald Trump, a nova alíquota passaria a valer a partir de 1º de agosto.

A proposta partiu dos próprios empresários mais afetados pela medida do republicano e ganhou eco no governo. A expectativa, no entanto, é que a medida seja “aprovada” pelos participantes dos encontros desta terça antes de ser levada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Após a segunda reunião o tema, se acordado, será encaminhado ao chefe do Executivo. Lula vem falando que prefere uma negociação a acionar de imediato o decreto da reciprocidade publicado nesta terça-feira. Há dúvidas, porém, sobre se Trump aceitará a contraproposta brasileira.

De acordo com pessoas a par do assunto, é difícil antecipar a estratégia do americano porque o Brasil “devolveu”, num ato simbólico, considerado bastante agressivo no meio diplomático, a carta que o presidente americano publicou nas redes sociais para anunciar a medida contra o País.

(Com informações do O Estado de S.Paulo)

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Economia

Aguirre está buscando uma valorização salarial no Inter
Grêmio assume controle da Arena após gesto de Marcelo Marques
Pode te interessar
Baixe o app da TV Pampa App Store Google Play