Terça-feira, 09 de dezembro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 9 de dezembro de 2025
A primeira-dama da França, Brigitte Macron, foi alvo de críticas nessa segunda-feira (8) depois de se referir a ativistas feministas como “vadias sujas” em comentário registrado por vídeo nos bastidores de um espetáculo em Paris.
De acordo com o jornal inglês Daily Mail, a frase foi dita no dia seguinte a um protesto organizado pelo coletivo #NousToutes, que interrompeu um show do comediante Ary Abittan, absolvido em janeiro deste ano após a Justiça arquivar uma acusação de estupro movida por uma ex-namorada.
Quatro militantes mascaradas invadiram a plateia do teatro Folies Bergère na noite de sábado (6), gritando “Abittan, estuprador!” e exibindo máscaras com o rosto do artista. No domingo (7), Brigitte Macron assistiu à mesma apresentação ao lado da filha, Tiphaine Auzière. Em vídeo divulgado pela revista Public, a primeira-dama aparece conversando com Abittan, que afirma estar “com medo”. Ela responde:
“Se houver alguma vadia imunda, nós a expulsaremos, especialmente bandidos mascarados”, afirmou.
A declaração repercutiu de imediato. Parlamentares da oposição, como a deputada Sarah Legrain, acusaram Brigitte Macron de atacar mulheres que protestavam contra a volta de Abittan aos palcos. Em nota, o gabinete da primeira-dama disse que as palavras foram uma crítica aos “métodos radicais” das ativistas e que Brigitte “não aprova interrupções destinadas a impedir um artista de se apresentar”.
“Como o vídeo mostra, a única intenção da Sra. Macron era tranquilizar um artista que, em seu camarim antes de subir ao palco, acabara de lhe dizer ‘estou com medo’, porque seu show havia sido interrompido na noite anterior”.
“De forma alguma ela está atacando uma causa”, argumentou a equipe de Brigitte Macron. “Ela desaprova, no entanto, os métodos radicais usados para impedir um artista de se apresentar no palco, como foi o caso no sábado à noite.”
O grupo feminista “Nous Toutes” (“Todas Nós”) afirmou que suas ativistas interromperam o show de Abittan para protestar contra o que descreveram como “a cultura da impunidade” em relação à violência sexual na França.
O episódio ocorre enquanto a própria primeira-dama é alvo de ataques virtuais. Sete pessoas — uma mulher e seis homens — foram julgadas em Paris sob acusação de assédio on-line, após disseminarem teorias conspiratórias que afirmavam falsamente que Brigitte Macron “nasceu homem” e seria “pedófila”.
Em um comunicado no Instagram, o Nous Toutes declarou: “Denunciamos locais que estendem tapete vermelho para homens acusados de estupro, normalizando a violência sexista e sexual. É um insulto público às vítimas. Vítimas, acreditamos em vocês. Estupradores, não os perdoamos!”