Domingo, 08 de junho de 2025

Vistoria e transferência digital de veículos são alvos de críticas no Brasil

A Câmara dos Deputados aprovou, no fim de maio, o Projeto de Lei 3.965/2021, que permite a utilização de recursos arrecadados com multas de trânsito para custear a obtenção da CNH (Carteira Nacional de Habilitação) por motoristas de baixa renda inscritos no CadÚnico (Cadastro Único) no País.

O objetivo do projeto é ampliar o acesso à CNH, especialmente para trabalhadores informais e jovens em busca do primeiro emprego.

Durante a tramitação, foi incluída uma que autoriza a vistoria e a transferência de propriedade de veículos de forma totalmente eletrônica, por meio de aplicativos homologados pelos Detrans. O procedimento, segundo o texto, poderá ser feito sem a presença física de um agente público.

A emenda foi aprovada com 214 votos favoráveis e 204 contrários, e agora segue para sanção presidencial. Apesar de apresentada como uma medida de modernização, a proposta tem gerado críticas.

Especialistas em segurança digital alertam que a transferência eletrônica, sem garantias mínimas como criptografia forte, autenticação confiável e auditoria independente, pode facilitar fraudes, transferências indevidas e vazamentos de dados sensíveis.

“Não se trata de ser contra a digitalização, mas de garantir que ela seja feita com responsabilidade”, afirma Humberto Luiz Ribeiro, membro do Conselho de Cibersegurança do Fórum Econômico Mundial.

“O principal erro é permitir o uso de plataformas privadas sem exigência de padronização, criptografia robusta, autenticação confiável e auditoria independente. Isso expõe o cidadão a fraudes de identidade, transferências indevidas e vazamentos de dados”, alerta.

Ribeiro também afirma que há riscos de impactos sociais na medida, caso seja sancionada. “Idosos, pessoas com baixa escolaridade digital ou sem acesso a dispositivos seguros estariam mais expostos a riscos. A digitalização mal desenhada pode ampliar desigualdades e causar perdas patrimoniais irreversíveis”, disse.

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