Quarta-feira, 04 de dezembro de 2024

Vitória de Kamala é muito mais segura para fortalecer a democracia nos EUA, diz Lula

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou na sexta-feira (1º) que uma vitória da candidata Kamala Harris nas eleições dos Estados Unidos representa um caminho mais “seguro para fortalecer a democracia”. As eleições norte-americanas estão marcadas para esta terça-feira (5).

A candidata democrata, que conta com a torcida de Lula, vai enfrentar o ex-presidente Donald Trump, do partido Republicano. Até esse sábado (2), mais de 71 milhões de pessoas votaram antecipadamente nos Estados Unidos até o momento, a três dias do dia da eleição. Ao todo, 14 Estados já ultrapassaram 50% do total de votos emitidos em 2020, liderados pela Geórgia, onde a votação antecipada está em 80% em comparação a 2020.

“Com Kamala Harris é muito mais seguro para a gente fortalecer a democracia. Nós vimos o que foi o presidente Trump […], aquele ataque ao Capitólio. Uma coisa que era impensável acontecer nos EUA, porque se apresentavam ao mundo como modelo de democracia. E esse modelo ruiu”, disse.

Lula deu a declaração durante entrevista ao canal de televisão francês TF1. O petista alegou que evita dar palpites sobre as eleições em outros países, mas que, como “um amante da democracia”, apoia a atual vice-presidente norte-americana.

“Temos as mentiras destiladas todo santo dia. Não apenas nos Estados Unidos, mas na Europa, na América Latina, em vários países no mundo. É o nazismo e o fascismo voltando a funcionar com outra cara”, disse o petista.

“E, como eu sou amante da democracia, acho a democracia a coisa mais sagrada que nós conseguimos construir para bem governar os nossos países, eu, obviamente, fico torcendo para a Kamala ganhar as eleições”, concluiu o petista.

De acordo com informações do governo americano, podem votar apenas cidadãos americanos maiores de 18 anos — o grupo inclui os brasileiros que têm a cidadania norte-americana. O direito vale para:

– Cidadãos dos EUA que residem fora do país;
– Cidadãos dos EUA que nasceram fora do país e nunca viveram nos EUA. Sua elegibilidade para votar é determinada pelo estado onde seus pais moraram pela última vez ou foram registrados para votar;
– Cidadãos com dupla nacionalidade que vivem nos EUA ou no exterior.

O Palácio do Planalto vê com receio a possibilidade de Donald Trump vencer o pleito norte-americano. Pesquisas mais recentes de intenção de voto nos Estados Unidos apontam uma disputa acirrada, com possibilidade de vitória do candidato republicano – o que tem deixado o núcleo duro do governo Lula pessimista. A preocupação no Planalto tem duas perspectivas: a política e a econômica.

No campo da política, o receio brasileiro é de que a vitória de Trump gere um efeito dominó em vários países, em especial nos latino-americanos, a exemplo do Brasil. Esses integrantes do governo lembram que em 2016, o republicanos saiu vitorioso na disputa contra a democrata Hillary Clinton e, dois anos depois, Jair Bolsonaro venceu a corrida contra Fernando Haddad (PT) e foi eleito presidente brasileiro.

A avaliação é de que o discurso de extrema direita de Trump tem potencial para influenciar o xadrez político internacional. Esse receio é externado, principalmente, pelo presidente Lula, que já fez vários discursos em fóruns mundiais sobre o que considera perigos do avanço da extrema-direita no mundo, como o crescimento de discursos de ódio e da xenofobia.

A outra preocupação é com a economia brasileira. O Palácio do Planalto projeta que, com a vitória do republicano, a tendência nos Estados Unidos é de valorização da moeda. E o reflexo do dólar valorizado é a pressão inflacionária no Brasil.

A equipe econômica brasileira tem reforçado o discurso pela necessidade de uma revisão de gastos públicos, com um pacote robusto de medidas, para que o governo possa fazer o seu dever de casa e cumprir as metas previstas no arcabouço fiscal.

 

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