Terça-feira, 08 de julho de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 7 de julho de 2025
A 33ª Vara Cível de São Paulo condenou Wilma Petrillo, viúva de Gal Costa, a indenizar a artista plástica e empresária Daniela Cutait por prejuízos financeiros e morais relacionados à venda de um imóvel.
A decisão judicial destacou que Wilma permaneceu na propriedade mesmo após a conclusão da transação, impedindo o pleno usufruto do bem pela nova proprietária.
Segundo os autos, após a venda, Wilma deixou de transferir a titularidade das contas de energia elétrica e gás, o que obrigou Daniela a arcar com despesas indevidas e enfrentar entraves burocráticos que comprometeram o uso regular do imóvel. A Justiça considerou a atitude como omissão lesiva, prejudicando diretamente a compradora.
A sentença determina que Wilma Petrillo pague R$ 2.543,76 a título de ressarcimento pelas contas quitadas indevidamente por Daniela. Além disso, a viúva deverá desembolsar R$ 10 mil por danos morais, em função do transtorno causado à nova proprietária.
A juíza responsável pelo caso também ordenou que Wilma realize a transferência da titularidade da conta de gás em até 10 dias. Caso descumpra o prazo, será aplicada uma multa diária de R$ 300, limitada ao total de R$ 6 mil.
A decisão ressalta que a venda de um imóvel não isenta o vendedor de obrigações legais, como a desocupação imediata e a regularização das contas vinculadas ao bem. O não cumprimento desses deveres pode configurar dano material e moral, como reconhecido neste processo.
Daniela Cutait comemorou o desfecho da ação e classificou a decisão como uma “reparação justa”, ressaltando a importância do respeito à legislação no processo de transferência de bens e direitos.
Wilma segue sob investigação por administração do espólio de Gal
Desde a morte de Gal Costa, em novembro de 2022, Wilma Petrillo tem enfrentado diversas disputas judiciais relacionadas ao espólio da cantora. Responsável pela gestão dos bens deixados pela artista, Wilma é alvo de críticas por parte de Gabriel Costa Penna Burgos, filho adotivo de Gal.
Gabriel acusa a viúva de ter isolado a cantora nos últimos anos de vida e de exercer influência excessiva sobre suas decisões. O episódio envolvendo a venda do imóvel à empresária Daniela Cutait soma-se às alegações que pesam contra Wilma na disputa sucessória.
A condenação reforça a necessidade de responsabilidade na gestão de bens, especialmente quando há herança envolvida. O caso segue repercutindo por envolver a figura de Gal Costa, um dos maiores nomes da música brasileira, e por levantar questionamentos sobre a integridade da administração de seu legado.