Quarta-feira, 29 de outubro de 2025

Viúva de Marielle Franco registra ameaça de estupro

A vereadora pelo Rio de Janeiro, Monica Benicio, viúva da vereadora Marielle Franco, registrou uma queixa-crime na tarde desta terça-feira (22), por ameaça de um estupro corretivo, recebida pela internet.

O caso foi apresentado na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância.

Conforme relato da vereadora, no último dia 14, ela recebeu mensagem enviada pelo e-mail que utiliza como parte dos trabalhos parlamentares.

O autor se identifica como Astolfo Bozzônio Rodrigues. Na denúncia, Monica explica não saber se essa é uma identidade real, e salienta que há uma conta vinculada a esse nome na rede social X (antigo Twitter), com publicações homofóbicas.

A mensagem, que foi anexada à queixa-crime, tem teor lesbofóbico.

“Ele diz que ser uma mulher lésbica é uma aberração”, cita a vereadora.

“Estupro corretivo é, infelizmente, uma realidade para nós, mulheres lésbicas, em uma sociedade que acha que o corpo da mulher deve ser exclusivamente posse de um homem. Quando isso foge à norma, é tido como uma aberração, o estupro corretivo seria a prática de um estupro em uma mulher lésbica para persuadi-la a deixar de ser lésbica, como se isso fosse algo possível de ser feito, cometendo mais uma violência”, lamenta.

“O e-mail descrevia, inclusive, como seria o crime, algo muito violento não só para uma mulher lésbica, mas para as mulheres como um todo”, frisa Monica.

A vereadora afirmou que recebe ameaças desde 2018, quando começou a cobrar justiça pela morte de Marielle. Entretanto, agora foi a primeira vez que recebeu uma nesse teor.

O autor chegou a dizer que sabia onde morava a vereadora, sem, no entanto, dizer o endereço. Monica diz adotar medidas de segurança no dia a dia e faz parte do programa de proteção de defensores dos direitos humanos, além de ter concedida uma medida cautelar de proteção pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos.

De acordo com a defesa da vereadora, estão sendo investigados crimes como racismo (ao qual é equiparada a LGBTfobia), ameaça, intolerância e violência política de gênero. Segundo a Polícia Civil, agentes realizam diligências para apurar os fatos.

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