Sexta-feira, 25 de julho de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 23 de julho de 2025
O ex-presidente Jair Bolsonaro se limitou a dizer que não poderia dar entrevistas a jornalistas ao chegar à sede do PL, em Brasília, na manhã dessa quarta-feira (23). O ex-chefe do Executivo federal estava acompanhado do filho Jair Renan Bolsonaro, vereador de Balneário Camboriú (SC).
“Vocês sabem que eu não posso falar”, afirmou diante de fotógrafos e cinegrafistas que aguardavam sua chegada ao local. A declaração lacônica reforçou a postura que o ex-presidente adotou no dia anterior, quando também evitou falar com a imprensa ao deixar a sede do diretório partidário.
Bolsonaro cumpre atualmente medidas cautelares determinadas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, no último dia 18. Entre as restrições impostas, estão o uso obrigatório de tornozeleira eletrônica e a proibição de se comunicar por meio de redes sociais — tanto por contas próprias quanto por intermédio de terceiros.
Na última segunda-feira (21), Bolsonaro esteve na Câmara dos Deputados e, ao sair do local, exibiu a tornozeleira eletrônica para os jornalistas. Na ocasião, ele classificou o dispositivo como símbolo da “máxima humilhação”. As imagens do momento foram amplamente divulgadas, tanto pela imprensa quanto por aliados do ex-presidente nas redes sociais.
O episódio levou Alexandre de Moraes a solicitar esclarecimentos à defesa de Bolsonaro. O ministro destacou que já havia deixado claro que a proibição de uso das redes sociais incluía “obviamente, as transmissões, retransmissões ou veiculação de áudios, vídeos ou transcrições de entrevistas em qualquer das plataformas das redes sociais de terceiros”.
Em resposta dentro do prazo de 24 horas estabelecido por Moraes, a defesa de Bolsonaro argumentou que ele não descumpriu as ordens da Justiça e garantiu que permanecerá em silêncio, sem fazer “qualquer manifestação” sobre o caso.
Os advogados do ex-presidente também alegaram que ele não pode ser responsabilizado por conteúdos publicados por outras pessoas nas redes sociais. “Tais atos não contam com a participação direta ou indireta do entrevistado, que não pode ser punido por atos de terceiros”, afirmaram.
A equipe jurídica ainda solicitou que o ministro esclareça, de forma objetiva, quais ações estão permitidas ou proibidas ao ex-presidente. Segundo a defesa, não havia entendimento claro de que Bolsonaro estaria impedido até mesmo de conceder entrevistas presenciais. (Com informações do jornal O Estado de S. Paulo)