Terça-feira, 01 de julho de 2025

Volkswagen vai reduzir os turnos da fábrica em São Bernardo do Campo, em novembro, por falta de peças

Cerca de 1,5 mil funcionários da Volkswagen poderão ter seus contratos suspensos temporariamente a partir de novembro na fábrica de Anchieta, em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista. O “lay-off”, isto é, o afastamento dos trabalhadores para evitar demissões, seria necessário em razão da falta de peças para a montagem dos automóveis, que tem reduzido o ritmo de produção da unidade.

A informação foi divulgada pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. Em vídeo, José Robeiro Nogueira da Silva, coordenador geral da representação da categoria na Volks, afirma que esses funcionários se juntarão a outros 450 que já estão afastados.

“Mais uma vez vamos enfrentar um momento muito delicado por falta de componentes eletrônicos no setor automotivo. A fábrica já anunciou que a partir de novembro vai atuar em apenas um único turno. Vamos acompanhar passo a passo esse futuro que ainda é incerto”, diz o sindicalista no vídeo enviado aos trabalhadores.

Ainda de acordo com a entidade, os trabalhadores já foram informados sobre a suspensão e a empresa garantiu a manutenção de benefícios e uma complementação financeira, além do bolsa-estudo.

A Volks emprega cerca de 8,5 mil trabalhadores ao todo em São Bernardo do Campo. Pela legislação, o “lay-off” pode ser concedido por um período de dois a cinco meses. Procurada, a montadora informou que não confirma a informação neste momento.

A medida tem sido adotada por outras montadoras com fábricas no Brasil. No fim de setembro, a Renault aprovou um lay-off para 300 funcionários, em decorrência de impactos provocados pela Covid-19 na fabricação de componentes elétricos e a falta de sinalização de melhora no cenário internacional.

O sindicato que representa os trabalhadores da Fiat, em Betim, em Minas Gerais, também havia anunciado naquele mês a aprovação pela categoria da adoção do programa de suspensão temporário do contrato de trabalho, que poderia atingir até 6,5 mil funcionários. Na ocasião, a Stellantis, dona da Fiat, informou que o programa foi necessário em razão da “escassez global de insumos”, principalmente dos componentes eletrônicos.

Novas vagas

Ao mesmo tempo em que algumas montadoras reduzem o ritmo de produção, as japonesas Toyota e Nissan anunciaram novos turnos de trabalho e abertura de vagas.

A Toyota vai operar em três turnos a partir do próximo mês na fábrica de Sorocaba (SP) e já iniciou a contratação de 850 trabalhadores. A Nissan vai contratar 578 funcionários para operar em dois turnos a partir de fevereiro.

Mesmo com a melhora em algumas fabricantes, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) reviu para baixo, pela segunda vez em três meses, as projeções para a produção deste ano, que deverá variar entre 2,13 milhões e 2,22 milhões de unidades.

Os números representam aumento de 6% a 10% na comparação com o ano anterior, que teve um dos piores resultados para o setor em razão da pandemia. No início do ano, a previsão da entidade era de crescimento na casa do 20%.

 

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