Segunda-feira, 07 de outubro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 12 de setembro de 2024
Desde que se tornou vegana, em 2018, Xuxa não mede esforços para promover a causa. A apresentadora de 61 anos, que usa sua visibilidade para defender a causa animal, agora é narradora do curta-metragem de animação Santuário, inspirado na história real do resgate das porcas Marias e da vaca Indigo.
As primeiras foram salvas após um acidente com o caminhão que as transportava no Rodoanel em São Paulo, enquanto a segunda foi retirada com sua mãe logo após seu nascimento de um frigorífico nos Estados Unidos. Atualmente, elas vivem em santuários.
“É um filme muito interessante. E não é só para a galera que é vegana. É uma mensagem muito bacana para todas as idades”, comentou a apresentadora sobre o curta, lançado em quatro línguas e disponível no canal do YouTube da Geração Vegana.
Xuxa falou sobre o que motivou ela a aderir ao veganismo, os impactos dessa alimentação em sua saúde, e o preço que paga por se posicionar de forma enfática contra o consumo de carne: os constantes ataques e críticas que recebe nas redes sociais.
Sentiu algum impacto na vida social ao se tornar vegana?
“Não tenho uma vida social muito grande, acho que impacta mais as pessoas a minha volta. Como sou uma pessoa pública, as pessoas querem me agradar e ficam sem saber o que fazer. “Poxa vida, ela é vegana, o que a gente faz?”. Respondo: “Como feijão, arroz, batata frita, legumes e verduras… Só tiro o sofrimento do meu prato”. Qualquer lugar tem opção vegana. É só tirar o defunto e o sofrimento do animalzinho. Tudo o que resta é vegano. Me alimento com muitas frutas, legumes, verduras, todos os tipos de grãos e cereais. Então, não encontro problema”, disse a apresentadora.
Quanto tempo levou o processo para você se assumir vegana publicamente?
“Parei de comer carne vermelha com 13 anos, o ovo com 14 anos, entre 24 e 25 anos deixei de comer frango e o peixe só depois que virei vegana. Comia peixe de uma a duas vezes por semana até entrar para o veganismo. Além disso, já me fazia muito mal comer queijoou qualquer coisa que tivesse leite porque tenho problema de intolerância à lactose. Então, não foi difícil para mim. O caminho era esse naturalmente. Eu já comia forçadamente o peixe porque por ignorância achava que a proteína só podia vir do animal”.
Muitos vegetarianos e veganos são atacados. Você também sofreu ataques quando se assumiu vegana?
“Ainda recebo muitos ataques. Tem pessoas que acho que elas não conseguem raciocinar ou aceitar que a gente erra. Hoje sou vegana, mas tem pouquíssimo tempo isso. Fomos acostumados a ir a um aniversário e comemorar com churrasco, ainda mais no meu caso, que vim do Sul. No Natal é, “vamos fazer um peru para celebrar a vida”. Não é visto como um animal morto na mesa, é passado como algo bacana para se celebrar a vida. Sempre tem um animal morto em uma comemoração e isso é tido como normal. Quando verbalizo isso, sou muito atacada. Tento me colocar no lugar das pessoas que não entendem que dá para viver sem isso. Já fiz muita coisa errada e a gente não aceitar que a gente faz parte desta engrenagem de exploração, que machuca e trata os animais como uma coisa e não como um ser que tem sentimento. As pessoas para se protegerem me atacam até hoje. Entendo que eu falar que “comer bicho é comer defunto” ofenda algumas pessoas, mas se eu não falar desta forma talvez a mensagem não chegue para algumas pessoas”.