Quinta-feira, 02 de outubro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 25 de maio de 2022
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse que Kiev está pronta para uma troca de prisioneiros com a Rússia, ao pedir aos aliados que continuem pressionando Moscou.
Ao discursar por videoconferência no Fórum de Davos, o presidente ucraniano disse que a “troca de pessoas” é uma “questão humanitária” e uma “decisão muito política que depende do apoio de muitos Estados”.
“É realmente importante que o mundo inteiro não implore à Rússia, não importa as circunstâncias, ou faça concessões à Rússia”, disse ele.
“[Eles devem] manter a pressão política da maneira que puderem, por meio de poderosas conexões comerciais, por meio do fechamento de negócios, embargo de petróleo e por ameaças, ameaças reais de sanções, frustrando negócios, podemos intensificar ativamente a troca de nosso povo pelos militares russos.”
“Não precisamos dos militares russos, só precisamos dos nossos. Estamos prontos para uma troca até amanhã”, disse Zelensky.
Os ucranianos também encheram “dezenas de milhares” de sacos pretos com os restos mortais de soldados russos deixados para trás, acrescentou.
Proposta
A Rússia examinará a possibilidade de trocar prisioneiros com a Ucrânia depois dos julgamentos dos combatentes ucranianos detidos, afirmou o vice-ministro russo das Relações Exteriores, Andrei Rudenko.
“Vamos analisar tudo isso depois que os que se renderam forem julgados e do anúncio das sentenças”, disse. “Antes, as discussões sobre uma troca são prematuras”, acrescentou.
Na semana passada, os últimos combatentes ucranianos da estratégica cidade de Mariupol, que ficaram entrincheirados durante semanas na grande siderúrgica Azovstal, se renderam.
De acordo com o Ministério da Defesa russo, mais de 4 mil soldados ucranianos foram capturados.
As autoridades ucranianas desejam organizar uma troca de prisioneiros de guerra, mas a Rússia considera que parte deles, que integram o batalhão Azov, são combatentes neonazistas culpados de crimes de guerra, e não militares.
No último sábado (21), o deputado e negociador russo Leonid Slutski declarou que Moscou “examinaria” a possibilidade de trocar combatentes do regimento citado por Viktor Medvedchuk, empresário ucraniano próximo ao presidente russo Vladimir Putin. Ele foi detido em meados de abril na Ucrânia.
Rudenko, no entanto, afirmou nesta quarta (25) que a Rússia não considera tal troca. “Não, não vamos analisar isso. Não temos essa informação no Ministério das Relações Exteriores”, disse.
O líder separatista pró-Rússia Denis Puchilin afirmou na terça (24) que a Procuradoria-Geral da república autoproclamada de Donetsk estava trabalhando com Moscou para decidir a composição do tribunal responsável por julgar os prisioneiros ucranianos.
Rudenko afirmou que não tem informações sobre a questão.