Segunda-feira, 20 de outubro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 30 de abril de 2022
O presidente da Indonésia, Joko Widodo, informou que convidou o colega ucraniano, Volodymyr Zelensky, para a reunião de cúpula do G20 que será realizada em novembro em Bali, evento no qual Vladimir Putin confirmou sua participação.
“Convidei o presidente Zelensky para participar da cúpula do G20”, declarou Widodo, sugerindo que se chegou a um acordo após pressões dos países ocidentais para excluir a Rússia do grupo em retaliação pela invasão da Ucrânia.
Nestas discussões, Jacarta justificou que sua posição obrigava-a a ser “imparcial”. O presidente americano, Joe Biden, propôs, então, a participação da Ucrânia para ter um equilíbrio.
Em um tweet publicado na semana passada, Zelensky disse ter sido convidado para a cúpula, após uma conversa por telefone com o presidente indonésio. No dia seguinte, Widodo também conversou com o líder russo. “Nesse momento, o presidente Putin agradeceu à Indonésia pelo convite para a cúpula do G20 e disse que participaria”, declarou o anfitrião.
Os Estados Unidos criticaram hoje a presença de Putin na reunião de cúpula de Bali. “Não se pode fingir que nada está acontecendo em relação à participação da Rússia no seio da comunidade internacional e das instituições internacionais”, disse a vice-porta-voz do Departamento de Estado, Jalina Porter.
Desde o começo da ofensiva militar russa na Ucrânia, em fevereiro, os países ocidentais tentam isolar a Rússia no campo diplomático.
China sobre a guerra
Na contramão da diplomacia ocidental, enquanto os Estados Unidos e a União Europeia têm condenado e punido Moscou pela invasão à Ucrânia, a China não somente reforça a retórica de apoio à Rússia, como propõe uma reformulação da ordem internacional.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Zhao Lijian, considerou o conflito no Leste da Europa como uma guerra entre a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), liderada pelos EUA, e a Rússia, além de exaltar o elo entre Pequim e Moscou. O pronunciamento de Zhao foi dado um dia depois de mísseis russos atingirem Kiev, matando uma jornalista, durante a visita do secretário-geral da ONU, António Guterres.
“Uma importante lição do sucesso das relações entre China e Rússia é que os dois lados se mostram superiores ao modelo da aliança política e militar da era da Guerra Fria, e se comprometem a desenvolver um novo modelo de relações internacionais baseado na não-aliança, na não-confrontação e em não visar terceiros países. Isso é fundamentalmente diferente da mentalidade da Guerra Fria”, declarou Zhao.